segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Presidente do PRTB, partido de Marçal, fraudou filiações e ameaçou mulher de morte, dizem dirigentes

 


Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB, partido do coach Pablo Marçal, está sendo acusado por membros internos da legenda de praticar venda de candidaturas, realizar ameaças e cometer fraudes em filiações, conforme informações da Folha de S.Paulo.

Essas acusações foram levadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo secretário-geral do partido, Marcos Andrade, e pela ex-vice-presidente Rachel de Carvalho, que alega ter renunciado ao cargo após sofrer ameaças de morte.

Ambos solicitaram ao TSE que destitua Avalanche da presidência do partido. Contudo, a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, negou o pedido de liminar para afastamento imediato, afirmando que a situação requer uma análise mais aprofundada.

“As alegações não podem prescindir da produção de provas em juízo, observado o contraditório, o que afasta a concessão da tutela de urgência antes da devida instrução processual, sem a oitiva do requerido”, afirmou a magistrada.

De acordo com a denúncia, Avalanche teria transformado o PRTB em um empreendimento pessoal, comercializando posições de liderança dentro do partido.

“Leonardo utiliza o partido como seu empreendimento privado. Para atuar, montou um verdadeiro time de vendas, que negocia com diretórios do país inteiro posições diretivas no partido e posições de candidaturas para o pleito municipal de 2024”, diz o documento, protocolado no TSE em 19 de junho.

Imagem colorida mostra Leonardo Avalanche e Pablo Marçal - MetrópolesAvalanche e Marçal. Foto: reprodução


Rachel de Carvalho, que anteriormente ocupava o cargo de vice-presidente, relatou que deixou a posição após ser coagida e receber ameaças de morte. “Tais constrangimentos continuaram e caminharam para coações que culminaram em ameaças de morte que geraram o seu ato de renúncia do cargo, assinada na data de 3 de abril de 2024”, afirmou ela.

Além disso, Avalanche é acusado de desfiliar 77 pessoas do PRTB e filiar essas mesmas pessoas a outro partido, o Mobiliza, sem o consentimento delas.

“A facilidade com que se prova a fraudulenta filiação de mais de 70 pessoas em outro partido (Mobiliza), à contrariedade de suas vontades, sem sequer lhes dar conhecimento, registrando tudo nos sistemas eleitorais demonstra ou muita ingenuidade, ou muita confiança no domínio sobre o sistema judicial”, diz a denúncia.

Outra acusação grave envolve um áudio em que Avalanche supostamente afirma a um correligionário ter vínculos com membros da facção criminosa PCC. No áudio, ele menciona Francisco Antonio Cesário da Silva, conhecido como Piauí, ex-líder do PCC na favela de Paraisópolis (SP), sugerindo que seu motorista teria ligações com o criminoso.

“Não tem o Piauí, de [inaudível]? Não tem o chefe do PCC que está solto? Ele é a voz abaixo”, disse Avalanche no áudio, referindo-se ao seu motorista. “Ele nunca mexeu com política. Hoje ligaram para o menino, né, lá dentro da cadeia e falaram: ‘Estou trabalhando pro Avalanche de motorista’.”

Fonte: DCM

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