O profissional alertou sobre risco de desastre aéreo
Um piloto da Voepass, empresa aérea responsável pelo voo que caiu em Vinhedo na sexta-feira (9), relatou situações de cansaço no trabalho, ligações da empresa durante a folga e más condições de alimentação para os funcionários. De acordo com a reportagem do g1, as declarações foram feitas em junho deste ano, durante uma audiência pública da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
"Temos motoristas de ônibus, temos motoristas de caminhão, eles param, descansam 14 horas, e nós ficamos aí há 12 horas, às vezes sem condução para ir até o aeroporto", relatou o piloto Luís Cláudio de Almeida. “Vocês da mesa já sentiram sono? Vocês sabem o que é divórcio? [...] Você quer chegar em casa e lavar a roupa. Você quer deitar, quer descansar".
Almeida também revelou que recebe ligações da empresa durante momentos de folga e que há problemas com a qualidade da alimentação fornecida aos profissionais durante o serviço. "Ficam trazendo comida fria, comida congelada ou, às vezes, comida que não é balanceada. Ou não pagaram a comissaria”, afirmou.
Em declaração, o piloto ainda levantou a possibilidade de desastre aéreo por fadiga.
“Então, não tenham na cabeça de vocês, ou da diretoria da Anac, conceito de crime, ou conceito de fadiga. Não quero que vocês amanhã durmam e falem: 'a culpa foi minha'. Eu peço que seja revisado isso para não ter nosso nome no mayday, não ter desastre aéreo por fadiga”, disse.
Em comunicado, a Voepass disse que "cumpre com todos os requisitos legais, considerando jornadas e folgas, de acordo com o regulamento brasileiro da Aviação Civil RBAC- 117”.
Fonte: Brasil 247
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