segunda-feira, 19 de agosto de 2024

PGR não toma decisão e adia denúncia que pode pôr Bolsonaro no banco dos réus

 

Bolsonaro e joias. Foto: Divulgação

A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou que só tomará uma decisão sobre as investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro após as eleições municipais. A decisão vem em um momento delicado, já que a campanha eleitoral foi oficialmente iniciada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo fontes próximas ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, ele estaria evitando tomar decisões que possam influenciar o cenário político durante o período eleitoral. Ele, conhecido por sua postura cautelosa, está ponderando todos os aspectos dos casos antes de tomar qualquer decisão, segundo pessoas próximas.

Em julho, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro e outras onze pessoas em um inquérito sobre o desvio de joias do acervo presidencial. Os crimes atribuídos ao ex-presidente incluem peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

A investigação aponta que auxiliares de Bolsonaro teriam vendido ou tentado vender quatro itens valiosos, incluindo relógios das marcas Rolex e Patek Phillipe, avaliados em US$ 68 mil (cerca de R$ 346 mil na época).

Reunião do STF. Foto: Divulgação

O relatório da Polícia Federal foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que encaminhou o documento à PGR. Cabe agora à procuradoria decidir se apresentará uma denúncia ou arquivará o caso. Embora a PGR tenha um prazo processual de 15 dias para tomar essa decisão, esse prazo não é obrigatório e pode ser estendido.

Além do caso das joias, o ex-presidente enfrenta outras investigações. Em março, ele foi indiciado pela Polícia Federal por um suposto esquema de fraude em cartões de vacina.

A PGR ainda não decidiu se apresentará uma denúncia ou arquivará esse caso, após solicitar mais diligências para esclarecer se o ex-presidente utilizou certificados falsos para entrar e permanecer nos Estados Unidos no fim de seu mandato.

A decisão da PGR de adiar qualquer conclusão sobre as investigações até após as eleições municipais reflete uma postura cuidadosa em um período de alta tensão política. Caso Bolsonaro seja denunciado, caberá à Justiça decidir se ele se tornará réu e enfrentará um processo judicial.

Fonte: DCM

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