domingo, 4 de agosto de 2024

Partidos que fazem parte do Centrão lideram disputas eleitorais em 21 das 26 capitais brasileiras

 

Bloco conhecido como Centrão surgiu na Assembleia Constituinte de 1988; historicamente formado por partidos de centro e de direita, grupo político é conhecido pela boa articulação no Congresso


Os partidos de centro, como MDB, PSD, União Brasil, Republicanos e Progressistas, têm se destacado nas pesquisas de intenção de voto para as prefeituras das capitais brasileiras, liderando em 21 das 26 capitais. Essa força do centrão ocorre em meio à polarização nacional entre PT e PL, com Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) atuando como “cabos eleitorais” nas eleições municipais.


Segundo o boletim Política Brasileira da consultoria Arko Advice, o União Brasil lidera em seis capitais: Campo Grande, Fortaleza, Porto Velho, Cuiabá, Salvador e Teresina. O PSD também lidera em seis capitais: Natal, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro, São Luís e está empatado na liderança em Goiânia. Já o MDB está em primeiro lugar em seis capitais: Rio Branco, Boa Vista, Macapá, São Paulo, Porto Alegre e Belém.


Além disso, o Republicanos é favorito em Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES). O Progressistas lidera em João Pessoa (PB), onde o atual prefeito Cícero Lucena aparece em primeiro nas sondagens.


Cristiano Noronha, cientista político da Arko Advice, destaca que a maior presença do centrão no Congresso e nos ministérios desde o impeachment aumentou seu acesso a emendas, recursos que têm sido destinados a cidades onde candidatos do centrão têm chances de vencer. Isso tem fortalecido ainda mais o grupo em meio à polarização política nacional.


“O centrão tem tido força destacada desde o impeachment”, diz o especialista. Segundo  Noronha, a maior presença no Congresso e nos ministérios aumentou o acesso do grupo a emendas — recursos que têm sido destinados a cidades em que candidatos do centrão têm chances de vencer.


O tamanho do centrão

O bloco surgiu na Assembleia Constituinte de 1988. Historicamente formado por partidos de centro e de direita, o grupo político é conhecido pela boa articulação no Congresso. A ação em bloco durante votações importantes transformou o centrão em interlocutor preferencial do Executivo ao longo dos anos.


Grupo mantém domínio político na Câmara, com mais de 200 dos 513 deputados federais. O centrão é composto por parlamentares de diversos partidos, com um viés um pouco mais conservador, mas aberto a negociações. Eles já estiveram na base do governo Bolsonaro e hoje fazem parte das alianças do governo Lula.


O partido de Bolsonaro é mais competitivo que PT em capitais. O PL aparece na liderança em Aracaju, Maceió e Belém — e é competitivo em Palmas e Rio Branco. A legenda de Lula aparece empatada na liderança só em Goiânia e com chance de ir ao 2º turno em Porto Alegre e Teresina.


Manaus, Porto Alegre e São Paulo dão esperanças à esquerda. David Almeida, do Avante (antigo PT do B), e Amom Mandel, do Cidadania (antigo PPS), estão empatados na capital do Amazonas — assim como Manuela D’Ávila, do PCdoB, e Sebastião Melo, do MDB, em Porto Alegre. Em São Paulo, apoiado por Lula, Boulos (Psol) está tecnicamente empato com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e José Luiz Datena (PSDB).


O PSB só lidera no Recife. Na capital pernambucana, o prefeito João Campos (75% dos votos) está isolado na liderança e seria reeleito no primeiro turno se a eleição fosse hoje.


– Bolsonaro ajudou o PL a eleger 99 deputados federais na última eleição. Isso possibilitou que o partido tivesse maior acesso ao fundo partidário, o que representa uma vantagem competitiva importante nas eleições municipais – Cristiano Noronha, cientista político da Arko Advice.


Tendência é que cenário se mantenha

A chance de mudança é maior nas disputas mais acirradas. É o caso de São Paulo, com o empate triplo de Nunes, Boulos e Datena em primeiro, dentro da margem de erro das pesquisas.

O caráter local destas eleições reduz a influência de “padrinhos” políticos. De acordo com Noronha, o apoio de caciques é importante como “ponto de partida” para candidatos a prefeito nas pesquisas, porém a transferência de votos tem limite e fatores como histórico, estrutura de partido, propostas e apoios têm peso importante.


Fonte: Agenda do Poder com informações do UOL.

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