Investigações trazem indícios de que facção tem uma rede de exploração sexual de pessoas dependentes químicas e em situação de vulnerabilidade
As polícia Civil, Militar e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) cumprem sete mandados de prisão, 117 de busca e apreensão e 44 de interdição de imóveis na região da cracolândia, no centro da capital, na manhã desta terça-feira (6). A operação mira sobretudo hotéis, pensões e ferros-velhos que seriam usados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para lavagem de dinheiro e distribuição de drogas, além de uma espécie de “milícia” formada por agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que segundo as investigações estaria cobrando para fazer a segurança de estabelecimentos na área.
A operação Operação Salus et Dignitas conta com mais de mil agentes das forças de segurança, e tem como objetivo atingir “um ecossistema de atividades ilícitas”, segundo o MPSP. Ainda de acordo com promotores do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o tráfico de entorpecente “é apenas uma das atividades dentro do repertório criminoso dessa região, que envolve profusas atividades ilícitas, como o comércio ilegal e receptação de peças veiculares, armas e celulares, contaminação do solo com a reciclagem e ferro-velho, exploração da prostituição, captação ilegal de rádios transmissores da polícia, submissão de pessoas a trabalho análogo a escravo, entre outras graves violações a direitos humanos”.
Durante as investigações, os promotores apuraram que o PCC “vem atuando de maneira estratégica” na cracolândia e em outras regiões do centro para aumentar seus lucros e lavar dinheiro. Segundo as apurações, a receita da facção não está restrita ao tráfico, mas também se dá com o comércio ilegal de peças de motos e carros, a receptação dos celulares roubados e furtados e a venda de armas. Também há indícios de que dependentes químicos e pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo crianças, são cooptadas para exploração sexual na região.
Também participam da ação, que começou por volta das 9h, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público do Trabalho (MPT-SP). Segundo a Secretaria de Segurança Pública, imóveis que são usados para venda e consumo de drogas serão lacrados e uma estrutura para o acolhimento social foi montada em parceria com a prefeitura, com uma equipe formada por profissionais de saúde e da assistência social.
Fonte: Agenda do Poder com informações do GLOBO.
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