“Onde foi que nós erramos quando nós não vimos essa guinada para direita?”, questiona Lilia Schwarcz

 

Historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz reflete sobre a ascensão da direita no Brasil e no mundo, e o papel dos militares na política

(Foto: ABR | Divulgação)

Em entrevista ao programa Bom Dia 247, a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz questionou os caminhos que levaram à ascensão da direita no Brasil e no mundo e a influência de determinados grupos na política. "Onde foi que nós erramos quando nós não vimos essa guinada para direita, que é uma guinada que tem sido dada, eu preciso destacar isso, sobretudo por homens brancos heteronormativos", afirmou Schwarcz, ressaltando a participação específica desse grupo na atual configuração política.

Schwarcz chamou a atenção para a centralidade do combate a questões de gênero na pauta desses movimentos de guinada para extrema-direita. "Homens brancos que têm na sua bandeira o combate às pessoas trans, o combate às outras opções de gênero e essa aceitação de uma ordem militar", disse. 

A historiadora também questionou a percepção popular sobre o papel dos militares na política brasileira. "Da onde foi que nós tiramos essa ideia que os militares são fiéis da balança da democracia? Não são. Toda vez que os militares entraram na nossa história, eles acabaram com a democracia, deram golpe", declarou.

Schwarcz enfatizou a necessidade de uma análise cuidadosa da atual conjuntura política, mencionando o papel do liberalismo e do capitalismo na formação dessa nova direita. "Há uma questão do capitalismo liberal, do liberalismo, que vem com essa ideia do anti sistema. É preciso analisar com muita calma porque esses governos de direita vão aglutinando questões que também governos mais à esquerda foram deixando de lado", concluiu.

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Fonte: Brasil 247