Ex-procurador já havia fechado com o vice-prefeito Eduardo Pimentel
Antes da deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-PR) anunciar sua pré-candidatura a vice-prefeita de Curitiba na chapa do deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil), o seu marido, o senador Sergio Moro, procurou um antigo aliado do casal em busca de apoio. Sob o argumento de que a Lava-Jato deveria estar unida ao redor de uma única candidatura, Moro recorreu ao ex-deputado Deltan Dallagnol, mas seu plano acabou frustrado.
Ao ex-juiz federal e colega de trabalho durante a operação, Deltan disse que o convite havia chegado tarde, uma vez que ele já tinha se comprometido com a campanha do vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD). Dallagnol foi incisivo: não iria dar para trás.
Também pesava contra o casal Moro o cabeça da chapa de Rosangela, Ney Leprevost. Antes de escolher Pimentel, em maio deste ano, Deltan esteve com o deputado e afirmou a articuladores que seus planos para a capital paranaense não convergiam. O perfil de político do parlamentar, mais próximo ao centro, também não agrada o ex-procurador, que tem uma postura mais conservadora.
Por outro lado, estar com Eduardo Pimentel não seria uma opção viável para Moro. O pré-candidato é apoiado pelo governador Ratinho Júnior (PSD), uma figura que, além de não ter a simpatia do senador, pode atrapalhar seus planos de concorrer ao governo do estado em 2026. Dentro do PSD, despontam outros nomes, como o próprio prefeito de Curitiba, Rafael Greca, para a sucessão.
Articuladores ouvidos pelo GLOBO afirmam que a divisão entre Moro e Deltan se dá pelo atraso do senador em entrar na corrida eleitoral. Até maio deste ano, quando foi absolvido nas ações por abuso de poder econômico que tramitavam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), havia o risco de Moro sofrer uma cassação.
Neste cenário, eleições suplementares seriam convocadas e sua mulher possivelmente seria candidata para disputar o seu mandato. O dia em que Moro foi absolvido, 21 de maio, é a mesma data em que Dallagnol fechou com Pimentel.
Quando voltou seu olhar para Curitiba, as alianças estavam quase todas tomadas, o que explica também a posição de vice de Rosangela Moro, já que Ney Leprevost também já era consenso interno no União Brasil.
Governo em 2026
Apesar de não contar com Deltan Dallagnol em seu palanque, o casal Moro espera ter projeção local nessas eleições. Interlocutores afirmam que a campanha eleitoral da deputada irá servir como vitrine para o senador, de olho no governo do Paraná em 2026.
A estratégia consiste em angariar apoio dos caciques locais do União Brasil demonstrando fidelidade para garantir fôlego na disputa daqui a dois anos.
Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo
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