Inquérito civil foi na última terça-feira (20) e tem como objetivo apurar se houve assédio eleitoral e político no ambiente de trabalho
A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) está sendo investigada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) após relatos de servidores municipais que teriam sido convocados para participar de atos de campanha do prefeito, que busca reeleição. Segundo a Folha de S. Paulo, mensagens de texto teriam sido enviadas por diretores e gerentes da Prefeitura de São Paulo aos subordinados, questionando sua participação em reuniões de partidos aliados e solicitando que respondessem um questionário sobre sua disponibilidade para participar de eventos em apoio a Nunes.
O inquérito civil, aberto na última terça-feira (20), tem como objetivo apurar se houve assédio eleitoral e político no ambiente de trabalho. A gestão municipal afirmou, em nota, que não autoriza o uso de recursos públicos para fins eleitorais e que qualquer participação de servidores deve ocorrer fora do horário de trabalho, conforme determina a legislação vigente. "A gestão reforça, portanto, que não autoriza ou compactua com eventual uso de equipamento público por qualquer agente público para fins eleitorais."
Funcionários relataram que se sentiram pressionados a participar dos eventos de campanha, temendo represálias por parte de seus superiores. Um dos servidores afirmou, sob condição de anonimato, que foi convocado verbalmente para comparecer a um evento antes do horário estipulado e foi instruído a postar nas redes sociais sobre o evento.
A reportagem teve acesso a prints de mensagens enviadas pelo WhatsApp a funcionários comissionados, que, ao contrário dos servidores concursados, não possuem a mesma estabilidade no cargo. Além disso, foi identificado que funcionários da prefeitura costumam comentar positivamente sobre Nunes em transmissões ao vivo de debates ou sabatinas durante o horário comercial.
Procurados pela reportagem, os servidores não se manifestaram. A prefeitura reiterou que a participação eleitoral é livre, desde que respeitada a legislação que impede o uso de recursos públicos para fins eleitorais e que “eventuais ocorrências serão analisadas e possíveis correções serão aplicadas em caso de descumprimento da lei".
Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (22), Nunes apresentou uma oscilação negativa de quatro pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, marcando 19% das intenções de voto. Ele está tecnicamente empatado com Pablo Marçal (PRTB), que subiu para 21%, e Guilherme Boulos (PSOL), que lidera com 23%.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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