segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Lula pede “respeito pela soberania popular” e “transparência” ao comentar eleições na Venezuela

 Maduro resiste a mostrar atas eleitorais, e oposição afirma que ganhou pleito


Durante visita a Santiago, no Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apelou por transparência nas eleições presidenciais da Venezuela. O presidente chileno, Gabriel Boric, optou por não se pronunciar sobre o controverso processo eleitoral venezuelano, que se tornou o principal tema geopolítico da região.


Nicolás Maduro, presidente da Venezuela desde 2013, foi declarado reeleito com quase 52% dos votos por órgãos controlados por seu governo. Entretanto, a oposição e organizações internacionais alegam que houve fraude no pleito. As atas eleitorais, que deveriam conter os detalhes dos votos, ainda não foram divulgadas.


Enquanto Boric expressou anteriormente descontentamento com o resultado, Lula tem adotado uma postura cautelosa, aguardando a divulgação das atas eleitorais para avaliar a legitimidade da eleição de Maduro.


“Expus [em conversa com Boric] as iniciativas que tenho empreendido com os presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e Lopez Obrador (México) em relação a processo político na Venezuela. O respeito pela tolerância, o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes aos diálogos e promover o entendimento entre governo e oposição”, afirmou Lula no pronunciamento à imprensa após conversa privada com Boric.


Lula afirmou que em política externa é preciso que as partes entendam suas diferenças para obtenção de um consenso.


“No meu partido chegamos a ter 19 tendências, que pensavam diferente. Toda reunião a gente ia lá e fazia um trabalho para que a gente conseguisse aprovar uma posição única. Na política externa é a mesma coisa. Cada país tem a sua cultura, cada país tem os seus interesses, cada país tem as suas nuances políticas. A gente não pode querer que todo mundo fale a mesma coisa, que pense a mesma coisa. Nós não somos iguais. Nós somos diferentes, isso é extraordinário. A diferença permita com que a gente procure encontrar as nossas similaridades”, refletiu o presidente.


Lula incentivou a integração entre os países da América do Sul, processo que ele defende desde o primeiro mandato presidencial.


“Não podemos continuar de costas uns para os outros”, disse.


O processo de integração ganhou um novo empecilho com a suspeita de fraude na eleição venezuelana. Boric, por exemplo, não reconheceu a vitória de Maduro e teve o corpo diplomático expulso pelo regime chavista.


Fonte: Agenda do POder com informações do g1

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