Objetivo é garantir que o Senado aprove os indicados logo após o anúncio, para que "não fiquem sofrendo desgaste de especulação política", disse Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha nesta sexta-feira (16), que pretende conversar com o Senado antes de indicar o próximo presidente do Banco Central. Veja, eu não sei se é o Galípolo [atual diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo]. Eu sei que eu tenho o direito de indicar, agora, o presidente do Banco Central. Eu tenho que indicar o presidente e mais alguns diretores. Antes de indicar eu quero conversar com o presidente do Senado [Rodrigo Pacheco (PSD-MG], com o presidente da Comissão, para que as pessoas, ao serem indicadas, sejam votadas logo”, disse Lula.
Segundo ele, o diálogo é necessário “para que as pessoas não fiquem sofrendo desgaste de especulação política durante meses e meses. Você pode ficar certa do seguinte: a pessoa que eu vou indicar tem que ter, primeiro, muito caráter, muita seriedade e muita responsabilidade. A pessoa que eu indicar não deve favor ao presidente da República. A pessoa que eu vou indicar é uma pessoa que vai ter compromisso com o povo brasileiro. Na hora que tiver que reduzir a taxa de juros ele vai ter que coragem de dizer que deve reduzir. Na hora que aumentar, ele vai ter a mesma coragem de dizer que vai aumentar. É assim que funciona”.
Na entrevista, Lula também ressaltou que “em economia não tem mágica. A gente não inventa. Se a gente inventar a gente quebra a cara. Todo momento que alguém tentou inventar na economia ou que o presidente da República se meter a ser economista não deu certo esse país. Como eu sou um cara que não sou economista, sou apenas presidente da República, eu converso com muita gente, ouço muita gente”.
Lula disse ainda que não existe nenhum “problema pessoal” entre ele e o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto. “Ele não me desagradou. O problema não é pessoal. Ele não me desagradou em nada. Ele desagradou o país, o setor produtivo deste país. Porque não tem explicação a taxa de juros ainda estar a 10,5%. Não existe explicação para isso. Então nós obviamente que levamos em conta a necessidade de autonomia do Banco Central, mas é importante lembrar que o Banco Central deve ao povo brasileiro. Ele não é uma instituição autônoma do povo brasileiro. Não, ele deve ao povo brasileiro, então tem que fazer as coisas pensando no povo brasileiro”, enfatizou Lula.
O mandato de Roberto Campos Neto à frente do BC termina em dezembro deste ano. Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária da instituição, é apontado como o favorito para assumir a presidência da instituição.
Fonte: Brasil 247
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