sábado, 10 de agosto de 2024

Kamala Harris reverte vantagem de Trump nos 7 estados estados-chave para as eleições nos EUA

 

A substituição de Joe Biden por Kamala Harris gerou um aumento significativo nas intenções de voto dos democratas

Kamala e Walz fazem comício na Filadélfia (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)

A substituição de Joe Biden, 81, por Kamala Harris, 59, como candidata dos democratas à presidência dos Estados Unidos, gerou um aumento significativo nas intenções de voto do partido em todos os sete estados considerados decisivos para a eleição, informa a Folha de S. Paulo.

Há três semanas, a campanha democrata enfrentava dificuldades em estados como Arizona, Geórgia e Nevada, onde Donald Trump, 78, havia conseguido abrir uma vantagem de cinco pontos percentuais na média das pesquisas. No entanto, com a troca na liderança democrata, Kamala Harris conseguiu reverter a situação, e agora está empatada com Trump nesses estados, conforme mostram as pesquisas mais recentes.

Arizona, Geórgia e Nevada são estados com características demográficas que favorecem a nova candidata democrata. Latinos representam 22% e 25% do eleitorado em Nevada e Arizona, respectivamente, enquanto na Geórgia, um terço dos eleitores é negro, segundo dados do Pew Research Center. Esses grupos vinham demonstrando insatisfação com Biden, com muitos eleitores declarando que não votariam ou que optariam por um candidato independente, como Robert F. Kennedy Jr. No entanto, a candidatura de Kamala, a primeira mulher não branca a concorrer à presidência por um grande partido, tem mudado esse cenário, atraindo novamente esses eleitores para o lado democrata.

Especialistas observam que, embora Kamala possa ter menos experiência em regiões como o Meio-Oeste, sua candidatura parece ter reaberto caminhos para os democratas no Cinturão do Sol. Essa mudança já levou analistas do Sabato’s Crystal Ball, centro de projeção eleitoral vinculado à Universidade da Virgínia, a retirarem a Geórgia do grupo de estados favoráveis a Trump, colocando-a na categoria de estados onde o resultado é imprevisível.

Além disso, o apoio de Kamala Harris melhorou nos outros quatro estados considerados cruciais para a eleição: Michigan, Pensilvânia, Wisconsin e Carolina do Norte. No chamado "paredão azul", que inclui Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, a candidata democrata lidera Trump na média das pesquisas, e uma vitória nesses estados poderia garantir a vitória democrata na eleição, mesmo se Trump levar os demais estados em disputa.

A escolha de Tim Walz como vice na chapa de Kamala Harris também é vista como uma estratégia para fortalecer a campanha democrata no Meio-Oeste, região crucial para a eleição. Walz, governador de Minnesota, pode influenciar eleitores em estados vizinhos, como Wisconsin, devido ao alcance da mídia regional.

No cenário nacional, Kamala Harris também supera Donald Trump na média das pesquisas dos principais agregadores, embora a margem seja estreita. No FiveThirtyEight, Kamala tem uma vantagem de dois pontos sobre Trump; no RealClearPolitics, de 0,5 ponto percentual; e no New York Times, de um ponto.

Apesar do avanço, os democratas ainda enfrentam um cenário desafiador em comparação com 2020, quando Biden mantinha uma vantagem mais confortável sobre Trump. As projeções atuais do Sabato’s Crystal Ball e do Cook Political Report indicam que os republicanos têm 235 delegados, enquanto os democratas possuem 226, com 77 votos ainda em disputa nos sete estados em aberto.

Kamala Harris também apresenta um desempenho superior ao de Biden entre mulheres brancas com diploma universitário e eleitores independentes, segmentos fundamentais para a eleição. Uma pesquisa do Morning Consult/Bloomberg mostra que a candidata tem uma vantagem de cinco pontos entre independentes e nove pontos entre eleitores de 18 a 34 anos.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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