Jornalista Humberto Saccomandi avalia que Trump enfrenta dificuldades para adaptar-se à mudança de adversário
A candidata Kamala Harris, do partido Democrata, ultrapassou o republicano Donald Trump nas mais recentes pesquisas de intenção de voto, consolidando-se como favorita para as eleições presidenciais dos Estados Unidos, que ocorrerão em menos de três meses. Segundo dados do RealClearPolitics, em 5 de agosto, Harris atingiu a liderança com 45,3% das intenções de voto, superando Trump, que tinha 44,5%, e Robert Kennedy Jr., independente, com 5,5%. Outro agregador, o FiveThirtyEight, confirma a liderança de Harris, colocando-a mais de dois pontos à frente de Trump. A informação foi reportada pelo jornalista Humberto Saccomandi do Valor Econômico.
O desempenho econômico dos Estados Unidos permanece como o principal desafio para Harris, especialmente em um cenário de empate técnico entre os candidatos em estados decisivos para o Colégio Eleitoral. Nos últimos oito ciclos eleitorais nos EUA, os democratas venceram a maioria do voto popular em sete ocasiões, mas não converteram todas essas lideranças em vitórias no Colégio Eleitoral. Analistas indicam que Harris precisa de uma margem de segurança considerável no voto popular para assegurar a vitória eleitoral.
Desde que se tornou a presumível candidata democrata, após a desistência de Joe Biden em 21 de julho, Harris tem experimentado um aumento no apoio público, impulsionado pelo entusiasmo inicial com sua candidatura e pela exposição nas mídias. Em julho, sua campanha arrecadou US$ 310 milhões, mais que o dobro do montante arrecadado por Trump. A convenção do Partido Democrata, que ocorrerá em breve, deverá reforçar ainda mais sua posição como candidata oficial.
Em contrapartida, a campanha de Trump enfrenta dificuldades para adaptar-se à mudança de adversário. Críticas recentes de Trump à elegibilidade de Harris baseadas em sua identidade racial e a sua gestão da imigração não tiveram o impacto desejado. Além disso, a participação de Trump no último debate presidencial, após inicialmente recusar, indica um possível reconhecimento das dificuldades enfrentadas nas pesquisas. O maior risco para Harris, no entanto, pode ser o impacto de uma possível recessão econômica, que poderia influenciar negativamente a opinião pública sobre o governo democrata atual.
Fonte: Brasil 247
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