Mario Vitor Santos critica a imprensa brasileira por ignorar a "regra ética básica de qualquer jornalismo: ouvir o outro lado"
Sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) em Caracas 14/5/2018 REUTERS/Carlos Jasso (Foto: Carlos Jasso)
Dentre as diversas mentiras publicadas em cachoeira sobre as eleições na Venezuela, a mais recente, na Folha e no UOL, dá conta de que um membro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Carlos Delpino, declarou não haver evidências de que o chavista Nicolas Maduro tenha vencido o pleito de 28 de julho.
Como sempre acontece na mídia obediente à ordem de Washington e apoia os que desejam derrubar Maduro, o texto não ouve a versão do governo venezuelano.
Então, já que é assim, segue aqui o outro lado obtido por este jornalista:
"Carlos Delpino é opositor e, mesmo sendo indicado para representar a oposição, não quis assistir à totalização dos votos no CNE. Ele é parte do esquema golpista. Como pode agora dizer que não há evidências, se ele mesmo se negou a acompanhar a apuração e verificar se as fraudes existiam? Sua ausência do CNE desde a eleição é parte da fraude que vinha sendo engendrada há muito tempo pela oposição golpista. O CNE publicará os resultados como sempre o fez".
Delpino, portanto, está tão ligado à verdade quanto a mídia hegemônica brasileira que lhe dá crédito. Para fazê-lo, essa mesma mídia despreza regra ética básica de qualquer jornalismo: ouvir o outro lado. O Manual da Redação da Folha ostenta em suas páginas a regra, ignorada quando convém.
Fonte: Brasil 247
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