O depoimento durou quase quatro horas e foi marcado por relatos de agressões físicas e psicológicas
A ex-primeira-dama da Argentina Fabiola Yañez compareceu ao consulado argentino em Madri para prestar esclarecimentos sobre as graves acusações de violência que fez contra seu ex-companheiro, o ex-presidente Alberto Fernández. O depoimento, que durou quase quatro horas, foi marcado por relatos detalhados de agressões físicas e psicológicas, revelando um cenário de abusos constantes que, segundo Yañez, ocorreram durante o mandato de Fernández, segundo o jornal O Globo, citando o La Nacion.
Yañez descreveu três episódios específicos de violência física, incluindo agressões que teriam ocorrido em 2021, quando Fernández ainda estava no cargo. Ela confirmou a autenticidade de fotos publicadas na mídia que mostram hematomas em seu rosto e braço, alegando que essas lesões foram causadas pelo ex-presidente. Além disso, Yañez afirmou possuir outras provas, como conversas e atestados médicos, que pretende apresentar à Justiça.
Yañez relatou um episódio em que Fernández a teria agarrado violentamente pelo pescoço e revelou que começou a consumir álcool após um aborto que, segundo ela, foi incentivado pelo ex-presidente em 2016.
A audiência foi conduzida pelo promotor Ramiro González e dividida em três blocos. Fontes judiciais informaram que Yañez se emocionou em vários momentos, chegando a chorar e ter dificuldade para continuar, mas permaneceu determinada a relatar os fatos.
Yañez também destacou que algumas pessoas do governo de Fernández tinham conhecimento das agressões, incluindo a então secretária privada do ex-presidente, María Cantero, e o chefe da Unidade Médica Presidencial, Federico Saavedra. Ela mencionou ainda que Ayelén Mazzina, ex-ministra das Mulheres, Gêneros e Diversidade, também estava ciente, mas não tomou nenhuma atitude.
A defesa de Fernández foi impedida de participar do depoimento, após um pedido da advogada de Yañez, Mariana Gallego, ter sido aceito pelo juiz federal Julián Ercolini. O depoimento ocorreu via Zoom, com Yañez e sua advogada em Madri, e o promotor González, juntamente com outros representantes judiciais, em Buenos Aires.
Gallego afirmou que sua cliente se sentiu bem amparada durante o depoimento e expressou confiança no processo judicial em andamento. A expectativa é de que Yañez não precise prestar novo depoimento, já que, com as informações obtidas, a promotoria deve avançar nas investigações e na convocação de testemunhas para apurar a responsabilidade de Fernández nas acusações feitas por sua ex-companheira.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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