sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Eliana Rocha conta como extraiu a essência do pensamento de Lula, das suas entrevistas concedidas na prisão

 

Eliana Rocha extraiu o pensamento político do presidente e a sua crença de que provaria a própria inocência

Presidente Lula discursa durante cerimônia de inauguração do Contorno Viário da Grande Florianópolis (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A partir do conjunto de 24 entrevistas de Lula aos jornalistas que tiveram de esperar de 2018 a 2019 para falar com o presidente, no isolamento a que foi submetido na prisão da Polícia Federal, em Curitiba, Eliana Rocha, mineira e com a carreira acadêmica consolidada no Rio de Janeiro, extraiu o pensamento político do presidente e a sua crença de que provaria a própria inocência.

Com forte atuação em prol dos direitos humanos, atual moradora em Petrópolis, ela é graduada em Literaturas Brasileira e Portuguesa pela UERJ, mestre em Filosofia da Educação pela FGV/RJ e doutora em Políticas Públicas e Formação Humana, pela UERJ. É também coorganizadora do coletivo feminista Las Dilmas, em defesa dos direitos políticos das mulheres e da democracia. Atuou em programas de extensão universitária na UERJ, na elaboração de políticas para adolescentes em conflito com a lei e viu, no conjunto de entrevistas, o objeto da sua tese de doutorado.

A partir de um termo grego divulgado por Foucault, “parresía” – o que diz toda a verdade com coragem -, identificou em Lula não só a coragem, mas também a essência do seu pensamento político e a vontade de provar que não cometeu crime algum. “Eu vi nele inocência pela insistência e determinação como buscou provar o que dizia. Era inocente, pensei”.

De posse da convicção (e aqui não é uma alusão ao procurador Deltan Dallagnol), transcreveu o conjunto de entrevista e analisou o conteúdo, extraindo dele, não só o que Lula trazia da formação dada por D. Lindu, sua mãe, como também os ensinamentos que foi acumulando dos livros que leu dentro da prisão. “Eu acho que ali ele aprendeu muito sobre o racismo, a questão indígena e aprofundou aquilo que ele viveu: o drama da desigualdade social”.

Eliana acredita que Lula se tornou ainda mais determinado a combater a fome e essa desigualdade, com a sua passagem por Curitiba. “Não só as leituras reforçaram isso nele, como também ele pôde refletir, falar por ele mesmo, sem a influência do meio político”.

Fonte: Brasil 247

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