segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Brasil tem menor PIB per capita entre os 15 países com mais medalhas em Paris

 País tem índice semelhante a Ucrânia, Irã e Quênia e se saiu melhor na quantidade de medalhas


Líder no número de ouros e de medalhas nos Jogos de Paris, os Estados Unidos estão entre os países mais ricos do mundo e da participação olímpica, com investimento estrutural no esporte. O país tem o melhor desempenho na régua de riqueza e medalhas.


Com um PIB per capita de US$ 81,6 mil, o equivalente a R$ 450,2 mil na cotação atual, os EUA levaram para casa 126 medalhas e também ficaram em primeiro do quadro geral, que prioriza o número de ouros.


A riqueza de um país, no entanto, não é necessariamente proporcional ao resultado no esporte. Há ao menos cinco nações com PIB per capita maior do que o americano, que competiram as Olimpíadas e conquistaram poucas medalhas, segundo análise da Folha, que considerou dados da riqueza anual da população divulgados pelo Banco Mundial em 2023.


A Irlanda, com R$ 571,3 mil por pessoa ao ano, conseguiu apenas sete medalhas. A Suíça, com R$ 551 mil, levou oito, assim como a Noruega, cujo PIB per capita é de R$ 484,7 mil. Qatar (R$ 482 mil) e Singapura (R$ 467 mil) obtiveram apenas uma medalha cada.


Olhando para as 15 delegações com mais medalhas, o Brasil apresenta o PIB per capita mais baixo da lista, de R$ 55,3 mil.


Os países com o indicador mais próximo do Brasil são República Dominicana e Granada, que terminaram com três e duas medalhas, respectivamente. No quesito conquista de pódios, considerando ouro, prata e bronze, o Brasil foi mais eficiente.


Dentre os países mais pobres e com mais de dez medalhas estão Uzbequistão, Ucrânia, Irã e Quênia.


Em relação à classificação geral, o primeiro teve mais que o dobro de ouros do Brasil, portanto conquistou melhor posição. O Uzbequistão levou para casa oito medalhas de ouro, sendo cinco delas no boxe masculino, ficando, assim, em 13º, sete posições à frente.


Com 12 medalhas, a Ucrânia obteve três ouros. Em guerra com a Rússia desde 2022, a delegação do país foi a menor de todos os Jogos dos quais participou. Mesmo assim, o país registrou o melhor desempenho na esgrima por equipe feminina, no salto em altura feminino e no boxe masculino categoria 80 kg. No quadro geral, conseguiu o 12º.


O Irã teve performance parecida à da Ucrânia, também com 12 medalhas, mas à frente na classificação final porque o número de medalhas de prata é maior. Ficou uma posição atrás do Brasil.


Já os quenianos se saíram melhor do que o Brasil na classificação final. Embora tenha menos medalhas (11), o país africano conseguiu quatro ouros. Por isso, está na 17ª posição.


Os ouros vieram do atletismo: venceram as provas de 800 m masculino, com Emmanuel Wanyonyi, 1.500 m feminino, com Faith Kipyegon, 5.000 m feminino, com Beatrice Chebet, e 10.000 m feminino, também com Chebet.


As Olimpíadas de Paris chegaram ao fim neste domingo (11) com dois países a menos na lista de medalhistas. Em Tóquio-2020, 93 países conseguiram levar medalhas para casa. Nesta edição, foram 91.


Por quantidade de medalhas, a ordem é: Estados Unidos (126), China (91) e Grã-Bretanha (65).


Na edição anterior, os americanos levaram 113, seguidos de China (89) e do Comitê Olímpico Russo (71).


Já no quadro geral, que prioriza ouro, o ranking é encabeçado por EUA, China, Japão, Austrália, França, Países Baixos e Grã-Bretanha.


O número de delegações medalhistas cresce de forma gradativa desde o início da história olímpica, em 1896 (quando só 11 países levaram a honraria para casa). O crescimento se acentua depois do fim da Segunda Guerra, com um boom do fim dos anos 1980 até hoje.


Nos últimos 20 anos, o aumento de países medalhistas foi de 23%.


Considerando a população, entre os 20 primeiros colocados no quadro geral desta edição, o menor país é a Nova Zelândia. Com 5,2 milhões de habitantes— menor que da cidade do Rio de Janeiro (6,2 milhões)—, o país conquistou o mesmo número de medalhas que o Brasil (20), mas ficou à frente no quadro geral porque teve 10 ouros, enquanto o Brasil teve três.


Em Paris, dois países caribenhos com menos de 200 mil habitantes ganharam medalhas pela primeira vez em sua história. Thea LaFond-Gadson, de Dominica, ficou com a medalha de ouro no salto triplo feminino, e Julien Alfred, de Santa Lúcia, ganhou a medalha de ouro nos 100 m rasos femininos.


Fonte: Agenda do Poder

Nenhum comentário:

Postar um comentário