sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Brasil quer criar carros híbridos, não só importar elétricos, diz Mercadante

 

Presidente do BNDES defende, em evento promovido pelo 247, que investimentos estrangeiros diretos incluam transferência de tecnologia

Alexandre Baldy, Aloizio Mercadante e Leonardo Attuch (Foto: Júlio César Silva / MDIC)

Agência Gov – A Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial lançada em janeiro deste ano, quer atrair investimentos estrangeiros que estejam comprometidos com transferência de tecnologia e com a geração de emprego e renda no Brasil. No setor automotivo, essa transferência de tecnologia vai ajudar o país a desenvolver, entre outros projetos de inovação, os carros híbridos - movidos a energia elétrica e combustível líquido, de preferência biocombustível. 

Esses foram dois pontos destacados durante seminário sobre os 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, promovido em Brasília pelo site Brasil 247 e pela TV 247, nesta quinta-feira (1º).

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, enfatizou a necessidade de fortalecer as cadeias produtivas da indústria brasileira, sobretudo nos setores que envolvem energia renovável. Ele citou a produção de hidrogênio verde e de carros e ônibus elétricos.

“Não nos interessa apenas importar carro elétrico. Nós queremos investimento no Brasil”, afirmou Mercadante.  “Nós queremos produzir aqui ônibus elétricos e o carro híbrido, que é a nossa vocação, depois de 50 anos de etanol. O carro híbrido vai ter o dobro da autonomia do que o carro elétrico. E ele descarboniza mais do que o elétrico”.

Ele destacou ainda o papel do BNDES dentro da NIB e do Plano Mais Produção, como financiador de projetos estratégicos em inovação e sustentabilidade, citando setores como os de fármacos, automotivo, naval, aviação e agroindústria.

“O que mais me interessa aqui, nessa discussão, é a rota que a China perseguiu para chegar aonde está, sempre exigindo transferência de tecnologia para o investimento exterior”, disse. “Então, nós queremos muito investimento da China, muita presença da China, mas dentro do Brasil, produzindo aqui, gerando emprego, gerando trabalho”.

O secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, também representando o Governo Federal, afirmou que o plano Nova Indústria Brasil quer atrair investimento estrangeiro direto, ou seja, em projetos produtivos. Desde que incluam mecanismos de proteção e incentivo à indústria sediada no país.

“Um dos pontos estratégicos de promover desenvolvimento econômico é investimento estrangeiro direto. Entretanto, nem todo investimento estrangeiro direto é positivo. Ele pode ser extremamente negativo”, pontuou Uallace, que falou no painel “Finanças Verdes, Descarbonização e Investimentos”, ao lado do presidente do BNDES e de outros convidados.

Fonte: Brasil 247 com Agência Gov

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