quinta-feira, 18 de julho de 2024

Vice-presidente da Argentina defende canto racista de jogadores e chama “países colonialistas” de hipócritas: “Verdades que não querem admitir”

 Após vencer a Copa América, jorgadores argentinos entoram cântico racista e transmitiram ao vivo, causando escândalo


A vice-presidente da Argentina, Victoria Villarruel, defendeu o canto racista dos jogadores contra a seleção francesa durante as comemorações no ônibus da equipe após a conquista do título na Copa América. Em publicação nas redes sociais, a política afirmou que “nenhum país colonialista vai intimidar” a Argentina.


“A Argentina é um país soberano e livre. Nunca tivemos colônias ou cidadãos de segunda classe. Nunca impusemos nosso modo de vida a ninguém. Mas também não vamos tolerar que façam isso conosco (…) Nenhum país colonialista nos vai intimidar por uma canção de torcida ou por dizermos verdades que não querem admitir. Parem de fingir indignação, hipócritas. Enzo [Fernández], eu te banco, Messi, obrigado por tudo! Argentinos sempre de cabeça erguida! Viva a Argentina!”, declarou nas redes.


O escândalo levou a abertura de uma investigação pela Fifa e ambém levou o Chelsea, da Inglaterra, a abrir um processo disciplinar contra o meia argentino Enzo Fernández, que gravou e transmitiu ao vivo o vídeo que provocou o escândalo. A Federação Francesa de Futebol (FFF) anunciou que levaria o caso à Fifa.


“A Fifa tomou conhecimento de um vídeo que circula nas redes sociais e o incidente é objeto de uma investigação”, afirmou a entidade em um comunicado. “A Fifa condena com veemência qualquer forma de discriminação, por parte de qualquer pessoa, incluindo jogadores, torcedores e dirigentes”.


Nesta quarta-feira (17), o presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu o subsecretário de Esportes, Julio Garro, que criticou Lionel Messi e os jogadores da seleção argentina pelo cântico racista.


Racismo


Desde segunda-feira, circula nas redes sociais um vídeo em que vários jogadores argentinos são vistos comemorando o título da Copa América-2024, nos Estados Unidos, conquistado no domingo, em Miami, ao vencer a Colômbia por 1 a 0 na final, e começam a cantar uma música que contém termos racistas, antes de um corte na transmissão.


O canto já havia sido entoado por torcedores argentinos para atacar os integrantes da seleção francesa e Kylian Mbappé em particular após a final da Copa do Mundo do Catar-2022, vencida pela Argentina contra a França (3-3, 4-2 nos pênaltis).

O canto inclui frases como “jogam pela França, mas vêm de Angola”. Sobre Mbappé afirma “sua mãe é nigeriana (na verdade é franco-argelina), seu pai é camaronês, mas no documento tem nacionalidade francesa”.


Na terça-feira, a FFF anunciou que levaria o caso à Fifa e que apresentará uma denúncia à Justiça “por palavras ofensivos de cunho racista e discriminatório”. O zagueiro francês Wesley Fofana, colega de time de Fernandéz no Chelsea, reagiu na rede social X com a frase: “Futebol em 2024: racismo sem pudor”.


Diante do escândalo, o jogador argentino publicou uma mensagem no Instagram para pedir desculpas pelo vídeo. “A canção inclui uma linguagem muito ofensiva e não há absolutamente nenhuma desculpa para estas palavras”, admitiu. “Sou contra todas as formas de discriminação e peço desculpas por ter me deixado levar pela euforia das comemorações da Copa América. O vídeo, esse momento, essas palavras, não refletem minhas crenças nem meu caráter. Lamento muito”.


O Chelsea afirmou em um comunicado que “reconhece e aprecia as desculpas públicas” do jogador, mas também anunciou a abertura de um processo disciplinar interno.


Fonte: Agenda do Poder com informações do GLOBO.

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