domingo, 28 de julho de 2024

“Sim, taxem os bilionários”, pedem Luiza Trajano e Neca Setúbal

 

Luiza Trajano e Neca Setubal. Foto: reprodução

A empresária Luiza Helena Trajano, da rede de lojas Magazine Luiza, e Neca Setúbal, herdeira do banco Itaú, em artigo na Folha de S.Paulo, pediram ao governo que aprove a taxação de bilionários. Ao lado de membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (Conselhão), como Alexandre Padilha (ministro das Relações Institucionais), ambas argumentaram que “os países devem utilizar sua política fiscal como ferramenta para reduzir desigualdades e impulsionar o enfrentamento da nova realidade climática”. Confira trechos:

Nos últimos anos, testemunhamos um crescimento acelerado na concentração de riqueza global. Enquanto isso, a maioria da população mundial luta para acessar serviços básicos de saúde, educação e moradia. Tal disparidade se deve, em parte, ao fato de que os sistemas tributários reforçam assimetrias entre a tributação da renda do trabalho e do capital.

Reconhecer que a riqueza acumulada se multiplica a partir de estruturas econômicas e sociais que favorecem os mais ricos é fundamental para combater as desigualdades. No contexto brasileiro, os juros reais e a concentração do patrimônio de bilionários acabam reduzindo o potencial de canalização de recursos para atividades produtivas, o que impacta o investimento, a geração de empregos, o crescimento e a distribuição de renda. (…)

Fernando Haddad em reunião do G20. Foto: Diogo Zacarias/Ministério da FazendaA taxação dos bilionários, impulsionada pelo ministro Fernando Haddad no âmbito do G20, é um passo decisivo e um compromisso ético coletivo para romper o ciclo de desigualdade, redistribuindo recursos de maneira mais equitativa por meio de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico sustentável e para adaptação e mitigação de mudanças climáticas. (…)

A redistribuição de renda tem o potencial de estimular o consumo de um grande contingente populacional e gerar crescimento econômico. Isso é especialmente relevante no caso dos bilionários, já que não consomem a maior parte de sua renda. Vale lembrar ainda que o consumo per capita desses bilionários imprime ao planeta um padrão de consumo totalmente incompatível com a atual crise climática. Além da expansão da demanda interna, é crucial considerar que sociedades mais igualitárias tendem a experimentar menores índices de criminalidade e maiores estabilidade política e sensação de bem-estar. (…)

A proposta defendida pelo ministro Haddad e apresentada pelo governo brasileiro no G20 é uma medida justa e necessária. Representa um passo crucial para a construção de um Brasil e de um mundo mais prósperos e inclusivos. Assim, essa proposta, que já foi aprovada por unanimidade na reunião de maio da Comissão de Assuntos Econômicos do Conselhão da Presidência da República, emerge como um passo crucial rumo à justiça fiscal global e ao desenvolvimento econômico-social sustentável.

Fonte: Brasil 247

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