segunda-feira, 8 de julho de 2024

“Selva”, disse Bolsonaro, ao avalizar a venda das joias roubadas

 

Foi retirado o sigilo da investigação da PF sobre o esquema de desvio de joias do acervo da Presidência

Jair Bolsonaro e Mauro Cid trocam mensagens (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli | Reprodução)

Jair Bolsonaro trocou mensagens com seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, em que o último enviou um link de um leilão online de joias recebidas pela presidência da República.
Bolsonaro respondeu com o termo militar "selva", e a Polícia Federal (PF) considerou essa interação como prova de que Bolsonaro estava ciente do esquema de venda dos presentes árabes do acervo presidencial. Os registros de navegação encontrados no celular de Bolsonaro confirmam que ele acessou o link do leilão pouco depois de recebê-lo.

Em 4 de fevereiro de 2023, ocorreu o diálogo onde Cid compartilhou o link do leilão com Bolsonaro. Quatro dias depois, Cid mencionou um leilão no Facebook e que o "kit" seria leiloado em breve, mas o item não foi vendido. Houve uma tentativa de agendar um novo leilão, mas posteriormente decidiram enviar as joias para a residência de Bolsonaro na Flórida, indicando que não pretendiam mais vendê-las.

A sequência dos eventos reforça a "ciência" de Bolsonaro sobre o leilão das joias, segundo a PF. O relatório da PF, que resultou no indiciamento de Bolsonaro por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, também aponta o envolvimento de outras 11 pessoas. A defesa de Bolsonaro não comentou o relatório, mas ao longo da investigação, seus advogados alegaram que ele agiu conforme a lei, declarando oficialmente os bens recebidos durante suas viagens e considerando-os parte de seu acervo privado. 

Fonte: Brasil 247 com informações de O Globo

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