quinta-feira, 18 de julho de 2024

Ramagem disse que gravou encontro a pedido de Bolsonaro com receio de alguma proposta ilícita feita pelas advogadas

 Na gravação, o então chefe da Abin, Bolsonaro e as advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach discutem um plano para blindar o senador no caso das rachadinhas


No depoimento de quase sete horas prestado à Polícia Federal nesta quarta-feira, Alexandre Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou que gravou o áudio de sua reunião com Jair Bolsonaro e as advogadas de Flávio a pedido do próprio ex-presidente.


Segundo a colunista Bela Megale, do Globo, Ramagem disse aos investigadores que temia que pudesse haver alguma proposta ilícita por parte das advogadas. Na gravação, o então chefe da Abin, Bolsonaro e as advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach discutem um plano para blindar o senador no caso das rachadinhas.


Em um vídeo publicado na segunda-feira em suas redes sociais, Ramagem apresentou uma versão similar à que deu à PF. Na postagem, afirmou que fez a gravação com o aval de Bolsonaro e disse que o autogrampo foi realizado porque havia uma informação de que um emissário do governo do Rio de Janeiro participaria da reunião e faria uma proposta “pouco republicana” para Bolsonaro. O fato não se concretizou.


A PF ainda perguntou a Ramagem qual foi o encaminhamento legal feito por ele sobre afirmações e propostas ilícitas apresentadas e mencionadas na conversa. Entre essas propostas ilícitas está a própria investigação de auditores da Receita Federal envolvidos na confecção do relatório que embasou o inquérito das rachadinhas contra Flávio.


Outra ilegalidade apontada no áudio é que a advogada Luciana Pires afirma ter lido a denúncia do Ministério Público do Rio (MP-RJ) contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso das rachadinhas cinco meses antes de a peça ter sido protocolada.


Em resposta à PF, Ramagem se limitou a dizer que as propostas deveriam ser apuradas pela Receita Federal. Durante o depoimento, Ramagem negou que tenha dado ordem para um suposto esquema de monitoramento ilegal e responsabilizou ex-servidores da pasta.


Quando soube da existência da gravação, na semana passada, Bolsonaro ficou furioso e disse não ter conhecimento do grampo. Depois, minimizou as críticas a Ramagem e passou a dizer a aliados que havia esquecido do fato, afirmando que a gravação teria tido seu aval.


Fonte: Agenda do Poder

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