Agitação se espalhou para vários estados. Observadores falam em financiamento estrangeiro
Protestos varreram a maior parte da Venezuela após a contestada eleição presidencial, atingindo a capital e 19 dos 23 estados, relatou a mídia venezuelana nesta terça-feira (30)
A agitação se espalhou para os estados de Anzoategui, Apure, Aragua, Barinas, Bolívar, Guárico, Carabobo, Cojedes, La Guaira, Lara, Mérida, Miranda, Nueva Esparta, Portuguesa, Zulia, Táchira, Trujillo, Falcón e Yaracuy, de acordo com a emissora TeleSUR e o diário El Nacional.
A polícia lançou gás lacrimogêneo contra os manifestantes em Caracas após eles tentarem invadir a Embaixada da Argentina e jogarem coquetéis molotov nos oficiais.
Em Anzoategui, a polícia começou a deter manifestantes após eles tentarem derrubar uma estátua do poeta argentino José Hernández. Em La Guaira, manifestantes derrubaram e queimaram uma estátua do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.
A eleição presidencial de 28 de julho resultou na vitória de Nicolás Maduro para um terceiro mandato. O anúncio dos resultados provocou protestos em todo o país e confrontos entre a polícia e apoiadores da oposição. O governo venezuelano acusou vários países de interferência eleitoral.
PRISÕES - Pelo menos 15 suspeitos de vandalismo foram presos na Venezuela após os protestos pós-eleitorais que se transformaram em caos durante a noite, disse o procurador-geral Tarek William Saab nesta terça-feira.
Um adolescente de 15 anos e oito homens adultos foram detidos na cidade de Tigre, a leste da capital Caracas, "quando estavam vandalizando e incendiando a sede de um partido com pessoas reunidas dentro", disse Saab no X.
A sede pertencia ao Partido Socialista Unido da Venezuela, partido de esquerda governista, acrescentou.
A polícia venezuelana prendeu mais seis pessoas em três incidentes separados. Três delas são acusadas de liderar protestos para "desestabilizar a paz".
"No momento da detenção, os suspeitos possuíam: dez litros de gasolina e um galão de 20 litros, seis garrafas de vidro contendo substâncias inflamáveis e fusíveis artesanais (coquetéis molotov), objetos de borracha e contundentes", disse Saab em uma publicação separada.
FINANCIAMENTO ESTRANGEIRO - Alexey Volotskov, membro da delegação de observadores russos e também membro da câmara baixa do parlamento russo, disse à agência Sputnik que os protestos após a eleição presidencial de domingo são definitivamente financiados pelos Estados Unidos, que têm seus próprios interesses na Venezuela e patrocinam a oposição do país.
"Claro, isso é definitivamente financiamento do exterior, e essas visões radicais de pessoas jovens, com mentalidade de hooligan, que podem estar buscando ganho econômico nessa questão — tomar alguma propriedade, quebrar algo e roubar, provavelmente tudo isso se multiplica", disse Volotskov.
"Hoje, das janelas do nosso hotel, vimos como manifestantes alcançaram um policial em uma motocicleta, o derrubaram, tomaram a motocicleta e fugiram com ela. Isso mais uma vez prova que há também um componente de propriedade e econômico aqui, ou seja, pessoas nesses distúrbios estão tentando encontrar algum tipo de uso econômico para si mesmas. Roubo e banditismo, multiplicados pelo apoio, slogans e financiamento — não há nada a esconder — do estado americano, que tem seus próprios interesses aqui e financia tanto a oposição quanto os distúrbios que estamos testemunhando atualmente, estando na Venezuela, em Caracas", acrescentou o legislador e observador russo.
As manifestações de extremismo na Venezuela após as eleições são uma ação encenada e não são capazes de influenciar o processo eleitoral, acrescentou Volotskov.
Fonte: Brasil 247 com informações da Sputnik
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