sexta-feira, 26 de julho de 2024

Presidente do Banco Central se reuniu com Bolsonaro 52 vezes; com Lula, apenas uma

 Roberto Campos Neto também priorizou congressistas do Centrão e aqueles com influência na PEC de autonomia do BC

Ao longo dos seus 67 meses como presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto evidencia um claro favorecimento à direita conservadora, aponta o jornalista Ricardo Noblat em seu blog no portal Metrópoles. A agenda do banqueiro prioriza encontros com congressistas do PL e do PP, o que o torna uma espécie de conselheiro informal do Centrão — conforme o blog do Noblat já havia mostrado em 2023.


Agora, uma nova análise feita pela cientista política Ana Junqueira mostra que o indicado por Jair Bolsonaro (PL) encontrou-se com o ex-presidente 52 vezes, ao longo de 48 meses. Com o presidente Lula (PT), em 19 meses, apenas uma vez.


O encontro com Lula ocorreu em 27 de setembro de 2023, por intermédio de Fernando Haddad (Fazenda) e a pedido de Campos Neto — um dia após o blog do Noblat revelar em publicação a série de compromissos que o banqueiro tinha com o Centrão.


Na época, o presidente do BC dava conselhos sobre política monetária a deputados e senadores e conversava com os congressistas sobre o limite para as taxas de juros no crédito rotativo, que era contra.


Atualmente, segundo análise de Junqueira, Campos Neto tem se encontrado com senadores com poder de decisão e influência sobre a PEC 65, que amplia a autonomia do Banco Central ao torná-lo independente também para gerir seus próprios recursos, contratar pessoal e definir planos de carreiras e salários.


Campos Neto encontrou-se com os senadores:


  • Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado; 
  • Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas;
  • Carlos Portinho (PL-RJ), líder do PL no Senado e;
  • Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), duas vezes, signatário da PEC e presidente da CCJ.

O presidente do BC tem atuado para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição, tendo-o como o principal interessado na aprovação. O governo Lula é contra.


Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles

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