quinta-feira, 11 de julho de 2024

Policial federal que foi segurança da campanha de Bolsonaro é alvo da nova fase da operação contra a “Abin Paralela”

 Marcelo Araújo Bormevet foi nomeado pelo ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem, para comandar o CIN — estrutura que, segundo a PF, foi usada para fazer os monitoramentos ilegais

Um dos alvos da 4ª fase da Operação Última Milha, deflagrada nesta quinta-feira, é o delegado da Polícia Federal Marcelo Araújo Bormevet. Integrante da corporação desde 2005, Bormevet integrava a equipe que fazia a segurança do ex-presidente Jair Bolsonaro na campanha de 2018.


No cargo, ele ganhou a confiança do ex-mandatário e do delegado da PF Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Durante a sua gestão, Ramagem nomeou Bormevet como chefe do Centro de Inteligência Nacional (CIN) do órgão. Segundo as investigações, essa estrutura era utilizada para monitorar ilegalmente adversários de Bolsonaro.


No governo Lula, Bormevet também exerceu um cargo de confiança como assessor na Subchefia Adjunta de Infraestrutura da Casa Civil. Ele foi afastado do posto em janeiro por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em abril, a Controladoria-Geral da União abriu um processos administrativo disciplinar (PAD) contra ele.


Nesta quinta-feira, a PF cumpre cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nas cidades de Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.


Além de Bormevet, os alvos são ex-servidores cedidos para Abin e influenciadores digitais que trabalhavam no chamado “gabinete do ódio” do governo Bolsonaro.


Nesta fase, as investigações revelaram que membros dos três poderes e jornalistas foram alvos de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas. A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.


“Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio”, informou a PF, em nota.


FirstMile


A Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile, fornecido por Israel, para monitorar a localização de alvos pré-determinados por meio dos aparelhos celulares. Após reportagem sobre o esquema, publicada pelo jornal O GLOBO, a Polícia Federal abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo de Bolsonaro.


Fonte: Agenda do Poder com informações do GLOBO.

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