Protesto deixou Bolsonaro “retido” em estrada no Pará. Foto: reprodução
Integrantes da Federação Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) do Pará bloquearam a rodovia PA-275 em protesto contra a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Parauapebas, município localizado a 700 km de Belém, nesta terça-feira (2). O grupo sindical incendiou pneus na estrada para demonstrar sua insatisfação com a gestão de Bolsonaro em relação à agricultura familiar no estado.
“O manifesto é uma resposta ao descaso do governo Bolsonaro em relação à agricultura familiar no Pará. As lideranças destacaram o fechamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário [MDA] e a interrupção da reforma agrária no estado como principais motivos do protesto”, explicou Noemi Gonçalves, coordenadora estadual da Fetraf-PA.
“Estou retido na rodovia PA-275, próximo a Parauapebas. Bloqueio do MST para impedir minha entrada na cidade”, disse o ex-presidente ao portal Metrópoles. Bolsonaro relatou que os manifestantes atearam fogo em objetos na pista, o que levou à intervenção da polícia e dos bombeiros para liberar a rodovia.
O deputado estadual do Pará Delegado Caveira (PL), também presente no local, mostrou sua indignação em um vídeo publicado nas redes sociais: “Isso aqui é terrorismo”, disse ele, apontando para um pneu incendiado do lado de fora da estrada. “A nossa bandeira jamais será vermelha”, concluiu Caveira.
Em outro vídeo, o bolsonarista ameaça bater nos manifestantes: “Vai lá, demônio. Se fechar a estrada vai levar porrada, vai levar bicuda”, disse em direção aos trabalhadores vinculados à Fetraf.
Na sequência, o deputado federal delegado Eder Mauro (PL-PA) questiona os protestantes quanto eles “receberam do MST”. “Foi R$ 50? Te ofereço R$ 100 para você sair daqui”, falou com notas de dinheiro na mão.
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O bloqueio foi rapidamente desfeito, permitindo que Bolsonaro participasse do evento agendado na cidade. Vídeos nas redes sociais mostraram discussões acaloradas entre apoiadores do ex-presidente e membros do movimento de agricultura familiar. “Comigo não teve nenhuma maldade com produtor rural. Não demarquei nenhuma terra indígena, nenhuma área ambiental”, disse o ex-presidente em sua defesa.
O inelegível, que está cumprindo uma série de compromissos no interior do Pará desde domingo (30), comentou sobre o incidente dizendo que ficou “retido” na rodovia PA-275 devido ao protesto. Ele atribuiu o bloqueio ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), embora o MST tenha negado qualquer envolvimento.
Fonte: DCM
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