quinta-feira, 11 de julho de 2024

“Nosso PR imbrochável já assinou a porra do decreto?”: gravações indicam que presos pela PF sabiam de tentativa de golpe

 O inquérito aponta que os policiais usavam recursos da PF para agir clandestinamente, na tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito

Trocas de mensagens entre os presos pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (11) indicam que dois dos detidos, ambos policiais, tinham ligação direta com os canais de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e estavam cientes da existência de uma minuta de decreto golpista que manteria Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições.


A quebra de sigilo na operação revelou que os policiais suspeitos de integrar uma “Abin paralela” sabiam do plano para um golpe de Estado. Um print divulgado pela PF mostra mensagens trocadas entre o policial Marcelo Bormevet, que atuava na Presidência da República, e seu subordinado Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército em exercício na Abin desde dezembro de 2022. Nas mensagens, discutem a possibilidade de Bolsonaro assinar a minuta do decreto de intervenção.


“O Nosso PR imbrochável já assinou a porra do decreto?” (Marcelo Bormevet)


“Assinou nada. Tá foda essa espera, se é que vai ter alguma coisa” (Giancarlo Gomes Rodrigues)

“Tem dia que eu acredito que terá, tem dia que não” (Marcelo Bormevet)


Para a PF, a troca de mensagens é uma das provas de que os policiais estavam diretamente envolvidos na tentativa de golpe. Ambos tiveram mandados de prisão decretados e foram afastados dos cargos públicos que ocupavam.


O inquérito aponta que os policiais usavam recursos da PF para agir clandestinamente, culminando na tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A investigação também afirma que os dois fazem parte de uma organização criminosa que utilizava recursos da Abin e outras instituições para atacar opositores e descredibilizar o sistema eleitoral por meio de desinformação.


A PF prendeu quatro policiais na manhã desta quinta-feira (11), suspeitos de integrar a Abin paralela durante o governo Bolsonaro, como parte da quarta fase da Operação Última Milha. O inquérito revelou que esses policiais atuavam no “gabinete do ódio”, grupo que disseminava notícias falsas e incitava ataques contra autoridades e jornalistas.


A pedido da PF, o ministro Alexandre de Moraes autorizou buscas em relação a sete investigados: Mateus De Carvalho Sposito, José Matheus Sales Gomes, Daniel Ribeiro Lemos, Richards Dyer Pozzer, Rogério Beraldo De Almeida, Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues.


Fonte: Agenda do Poder com informações do UOL

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