Dois gerentes do banco chegaram a ser afastados por discordar da operação, diante dos riscos envolvidos
O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, solicitou nesta segunda-feira (15) uma investigação detalhada sobre a compra de um lote de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master pela Caixa Econômica Federal.
A operação, considerada “arriscada” e “atípica”, gerou preocupações sobre possíveis irregularidades devido ao seu valor elevado e ao rating do banco.
Como informa Malu Gaspar, em O Globo, um parecer sigiloso de 19 páginas da área de renda fixa da Caixa Asset, o braço de gestão de ativos do banco estatal, desaconselhou enfaticamente a operação. A decisão de avançar com a compra resultou na destituição de dois gerentes que se opuseram à transação, levantando suspeitas de retaliação.
Furtado expressou preocupações sobre os indícios de irregularidades e ressaltou a importância de uma investigação diligente por parte do TCU. Ele solicitou que o tribunal obtenha acesso ao parecer técnico da Caixa para avaliar os critérios utilizados na decisão de investimento.
Ação para eliminar resistências à operação
Internamente, a destituição dos gerentes foi vista como uma tentativa de eliminar resistências à operação, com a expectativa de que o comitê de investimentos seja recomposto com novos gerentes mais alinhados com a cúpula da Caixa.
Senador pede esclarecimentos
A repercussão da operação não se limitou ao TCU; também chegou ao Congresso Nacional. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) apresentou um requerimento para que a Comissão de Transparência do Senado cobre esclarecimentos da Caixa sobre a destituição dos gerentes, argumentando que a ação levanta sérias dúvidas sobre a integridade das práticas de governança da instituição e pode comprometer a confiança do mercado financeiro.
Girão quer que o presidente da Caixa, Antônio Vieira Fernandes, e o CEO da Caixa Asset, Pablo Sarmento, sejam convidados para uma audiência pública para prestar esclarecimentos. Em defesa da operação, o CEO do Banco Master, Daniel Vorcaro, afirmou que a compra é um “bom negócio”.
A solicitação de Furtado pede ao TCU que exija da Caixa a apresentação de todos os processos administrativos, pareceres e análises relacionados à operação, buscando garantir transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos.
Fonte: agenda do Poder com informações do jornal O Globo
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