quarta-feira, 3 de julho de 2024

Ministério Público do MS vai investigar 12 fazendeiros por incêndios no Pantanal; veja lista

 Caso seja provado que houve incêndio intencional, os proprietários podem responder por crime ambiental


Doze fazendeiros vão ser investigados pelo Ministério Público por terem sido identificadas como ponto de início do fogo no Pantanal. Segundo o órgão, as causas do fogo ainda não foram identificadas e caso seja provado que houve incêndio intencional, os proprietários podem responder por crime ambiental (veja a lista abaixo).


O fogo está consumindo o bioma, que já teve mais de 700 mil hectares destruídos, o que deixa um rastro de devastação ambiental e morte de animais. Para se ter uma dimensão, a área completamente destruída é seis vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro.


A investigação foi feita pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul em um grupo criado para apoiar nas investigações sobre incêndios ilegais no Pantanal. Os promotores atuam com a ajuda de satélites que monitoram e identificam os pontos de fogo.


Os dados mapearam as chamas de maio até o dia 30 de junho. Desde então, fora identificados 20 pontos de início das chamas distribuídos pelas fazendas, uma terra indígena e outras áreas isoladas.


Entre as fazendas identificadas, quatro delas já tinham envolvimento em incêndios no Pantanal em anos anteriores.


Segundo o órgão, o fogo que começou nessas propriedades se alastrou e já atingiu mais de 177 fazendas em todo o bioma.

Alguns dos pontos, chegaram a ultrapassar as barreiras nacionais e atingir áreas do Pantanal na Bolívia — por onde também se estende.


Veja abaixo a relação de propriedades e proprietários listados pelo Ministério Público. A reportagem tenta contato com as pessoas citadas.


  1. Fazenda Piuvinha
    Responsável: Fabiano Fernandes Chagas
  2. Fazenda Angical
    Responsável: ASIP & VLP Holding e Participações
  3. Fazenda Bahia Bonita
    Responsável: Décio Sandoval de Moraes
  4. Fazenda Campo Enepê
    Responsável: Rubens Vedovato de Albres
  5. Fazenda Mamoeiro
    Responsável: Felizardo do Carmo Antar Mohammed
  6. Fazenda Alegrete
    Responnsável: José Romero e José Arruda
  7. Fazenda Pantaneira
    Responsável: Agrícola, Ambiental e Florestal Geotécnica LTDA e Machetto Empreendimentos
  8. Fazenda Asturias
    Responsável: Luiz Gustavo Battaglin Maciel
  9. Fazenda Santa Tereza
    Responsável: Tereza Cristina Ribeiro Ralston e Botelho Bracher
  10. Fazenda Ypê
    Responsável: Décio Sandoval de Moraes
  11. Propriedade sem cadastro rural, em Dom Bosco, em Corumbá (MS).
    Responsável: ainda a ser investigado.
  12. Fazenda Nossa Senhora das Graças
    Responsável: Ricardo AUgusto de Souza e Silva

O que pode acontecer agora?

O órgão informou que os proprietários vão ser investigados por incêndio sem autorização ambiental. Isso porque há permissão em algumas áreas, mas na temporada seca, onde há incêndios, elas ficam suspensas.

Com a identificação, as áreas foram fiscalizadas pela Polícia Militar Ambiental, que apresenta os relatórios ao MP, que também vai ouvir os responsáveis pelas fazendas.


Em um dos casos, por exemplo, o proprietário fez um boletim de ocorrência porque alegou que o fogo em sua área começou depois que um funcionário tentou usar chamas para controlar abelhas.


Caso fique provado que o fogo foi causado de forma intencional e, portanto, criminosa, o proprietário vai responder por crime ambiental.


O MP informou que desde 2022 atua nas investigações por incêndios na região e que já aplicou mais de R$ 24 milhões em multas.


Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

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