sexta-feira, 19 de julho de 2024

João Campos confirma Victor Marques como vice em chapa no Recife e PT espera aliança para 2026

 

Formação da chapa PSB e PCdoB conta com o apoio do presidente Lula

(Foto: Rodolfo Loepert/Prefeitura do Recife)

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiram, em encontro na quinta-feira (18), que Victor Marques (PCdoB), ex-chefe de gabinete do prefeito, será o candidato a vice na chapa de Campos nas eleições de outubro, diz o jornal Folha de S. Paulo.

Victor Marques, que se filiou ao PCdoB em abril por articulação de Campos, já era o favorito para o posto. Natural de São José do Belmonte, no sertão de Pernambuco, Victor é filho de um ex-vereador da cidade e irmão de Vinicius Marques, candidato do PSB a prefeito. Victor e João Campos são engenheiros e amigos de longa data.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, divulgada em 5 de julho, mostra Campos liderando a corrida eleitoral no Recife com 75% das intenções de voto, o que deu ao prefeito a confiança para resistir às pressões do PT do Recife.

Ainda conforme a reportagem, a escolha de Victor foi oficializada em reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença dos presidentes nacionais do PT e do PSB, a deputada federal Gleisi Hoffmann e Carlos Siqueira, respectivamente. Gleisi anunciou que estará no Recife na segunda-feira (22) para a formalização da chapa e terá um encontro com integrantes do PT estadual.

Em Pernambuco, a decisão não surpreendeu os petistas, já que o PSB sempre deixou claro nos bastidores que não queria o PT na vice. Campos planeja uma candidatura ao governo estadual em 2026 contra a governadora Raquel Lyra (PSDB) e, para isso, precisaria deixar a prefeitura com pouco mais de um ano de um eventual segundo mandato. Nesse cenário, ele quer um sucessor de confiança.

O PT havia indicado Mozart Sales, ex-assessor do Ministério das Relações Institucionais, para a vice. Agora, espera-se que ele retorne à pasta comandada por Alexandre Padilha no Planalto.

Embora não se manifestem oficialmente, dirigentes e parlamentares do PT de Pernambuco admitem em privado que o partido saiu derrotado pelo PSB e PCdoB. Dois dos principais alvos de críticas são o deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE) e a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, que apoiaram a entrada de Victor Marques no PC do B.

Apesar das críticas ao PCdoB, Lula e Gleisi apoiaram Victor Marques. No PSB, a avaliação é que o acordo já sinaliza uma aliança para 2026, com apoio à possível candidatura de Lula à reeleição e, em troca, o apoio do presidente a Campos na disputa pelo governo estadual.

O PT pernambucano acredita que Lula, ao evitar conflitos com o PSB, está pensando em sua própria candidatura em 2026 e na manutenção de boas relações com os pessebistas nas eleições municipais de 2024. Um dos maiores interesses de Lula está em São Paulo, onde apoia o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) para a prefeitura. Em um eventual segundo turno, o PT espera o apoio do PSB, caso a deputada Tábata Amaral não chegue à etapa final do pleito paulistano.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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