Dados são do IBGE
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador de inflação oficial do país, desacelerou para 0,21% em junho, após alta de 0,46% em maio, informou nesta quarta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o IPCA acumula alta de 2,48% e, nos últimos 12 meses, de 4,23%. O resultado atual é o menor para o período desde 2020, quando o indicador avançou apenas 0,1% nos primeiros seis meses do ano, motivado por deflações nos meses de abril e maio.
O dado mensal veio abaixo do esperado pelo consenso LSEG de analistas, que estimava inflação de 0,32% em junho. Na comparação anual, também esperava-se um IPCA mais alto, de 4,35%.
Em junho de 2023, a variação havia sido de -0,08% e o indicador acumulava alta de 3,16% em 12 meses.
Alimentos e bebidas
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em junho. O maior impacto veio de Alimentação e bebidas (0,44%), com 0,10 p.p. de contribuição.
A alimentação no domicílio desacelerou de 0,66% em maio para 0,47% em junho. Foram observadas altas nos preços da batata inglesa (14,49%), leite longa vida (7,43%), café moído (3,03%) e arroz (2,25%). No lado das quedas, destacam-se a cenoura (-9,47%), a cebola (-7,49%) e as frutas (-2,62%).
A alimentação fora do domicílio (0,37%) registrou variação menos intensa na comparação com o mês anterior (0,50%). Os subitens lanche e refeição desaceleraram: de 0,78% para 0,39%, e de 0,36% para 0,34%, respectivamente.
A maior variação no mês, no entanto, veio do grupo Saúde e cuidados pessoais, com alta de 0,54% e 0,07 p.p. de contribuição. O resultado foi influenciado pelos perfumes, que subiram 1,69% em junho.
Saúde e habitação
Já a alta dos planos de saúde (0,37%) decorre do reajuste de até 6,91% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 4 de junho, com vigência a partir de maio de 2024 e cujo ciclo se encerra em abril de 2025. Desse modo, no IPCA de junho foram apropriadas as frações mensais relativas aos meses de maio e junho.
No grupo Habitação (0,25%), a alta da taxa de água e esgoto (1,13%) aconteceu após reajustes tarifários de 9,85% em Brasília (9,19%), a partir de 1º de junho; de 6,94% em São Paulo (2,05%), a partir de 10 de maio; e de 2,95% em Curitiba (1,61%), a partir de 17 de maio.
No subitem gás encanado (-0,49%), o resultado do Rio de Janeiro (-1,61%) decorre de redução média de 1,75%, a partir de 1º de junho.
Ainda em Habitação, a alta da energia elétrica residencial (0,30% e 0,01 p.p.) foi influenciada pelo reajuste tarifário de 6,76% aplicado em Belo Horizonte (5,98%), a partir de 28 de maio.
Transportes
No grupo Transportes (-0,19%), houve queda na passagem aérea (-9,88% e -0,06 p.p.). Em relação aos combustíveis (0,54%), o óleo diesel (-0,64%) e o gás veicular (-0,61%) tiveram recuo de preços, enquanto a gasolina (0,64%) e o etanol (0,34%) registraram alta.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também calculado pelo IBGE, teve alta de 0,25% em junho, abaixo do registrado no mês anterior (0,46%). No ano, o INPC acumula alta de 2,68%. Já nos últimos 12 meses, o acumulado é de 3,70%, acima dos 3,34% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2023, a taxa foi de -0,10%.
Os produtos alimentícios desaceleraram de 0,64% em maio para 0,44% em junho. A variação dos não alimentícios também desacelerou, ficando em 0,19% em junho, abaixo dos 0,40% no mês anterior.
Quanto aos índices regionais, Belo Horizonte e Brasília apresentaram a maior variação (0,58%), por conta da alta da energia elétrica residencial (5,98%), na primeira, e da alta da taxa de água e esgoto (9,20%), na segunda. Já a menor variação foi observada em Porto Alegre (-0,16%), por conta do gás de botijão (-5,02%).
Fonte: Agenda do Poder com informações do 247.
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