“Técnicos já têm praticamente um consenso sobre documento”, acredita
O ministro Fernando Haddad disse que pode sair do encontro de ministros das Finanças do grupo, que se encontram no Rio, nesta quinta-feira, uma primeira declaração sobre a taxação dos super-ricos, que podem render uma arrecadação global de US$ 250 bilhões para o combate à fome .
Segundo Haddad, já há praticamente um consenso entre os técnicos do governos que participam do G20 sobre um documento inicial para dar “impulso a essa agenda”. Em entrevista ao Jornal das Dez, da Globonews, o ministro lembrou que vários chefes de Estado, como o presidente francês Emmanuel Macron e o americano Joe Biden, têm mostrado simpatia a proposta brasileira de tributação de grandes fortunas para uso de recursos para o combate global da fome.
– Essa ideia vem ganhando apoio de vários presidentes. O presidente Macron já falou disso, o presidente Biden já falou disso, outros chefes de Estado, chefes de governo vêm apoiando. E nós vamos ter essa semana uma semana decisiva, pode ser que saia uma declaração. Entre os técnicos, no nível técnico, já é quase um consenso sobre uma primeira declaração que vai dar impulso a essa agenda. O que não vai ser de um dia para o outro que vai se estabelecer, isso é uma construção muito delicada. Eu lembro a você que os pilares da OCDE começaram dez anos atrás e vêm se desdobrando ao longo dos anos – diz o ministro em declaração à Globonews.
O ministro destacou, no entanto, que o Brasil tem todas as condições de tirar o país do Mapa da Fome até o fim do atual governo do presidente Lula, cujo mandato se encerra em 2026, independente de recursos internacionais. Mas destacou que há países que dependem de financiamento para poder desenvolver uma agenda efetiva contra a insegurança alimentar:
– Nós temos países com renda muito baixa, e aí nós temos que obter novas fontes de financiamento. A ideia que o Brasil levou ao G20, e vem ganhando simpatia cada vez maior, é da taxação de 3.400 famílias no mundo, que detém US$ 15 trilhões em patrimônio e por vários expedientes, seja por fundos isentos de pagamento de imposto, uma série de artifícios que são criados para que essas famílias, ou pelo menos a maioria delas, consigam não pagar os impostos, pelo menos não na proporção que todos nós, eu, você e todos que nos ouvem, pagam cotidianamente.
Com informações em O Globo da repórter Miriam Leitão
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