Fundação também reuniu percepções sobre saúde, infraestrutura e mobilidade, geração de emprego e educação, mudanças climáticas e saneamento
Uma recente pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, o braço teórico do PT, revelou que a segurança pública é a área mais controversa entre os eleitores simpatizantes do partido nos municípios, segundo o jornal O Globo. O levantamento visa orientar os candidatos petistas que disputarão as eleições de outubro.
Além da segurança pública, a pesquisa avaliou percepções sobre saúde, infraestrutura e mobilidade, geração de emprego e educação, mudanças climáticas e saneamento. A influência e força do presidente Lula (PT) nas disputas pelas prefeituras também foram aferidas. Utilizando um método qualitativo, a pesquisa não contabilizou percentuais das opiniões emitidas.
A direção do PT planejava apresentar o material aos candidatos do partido em uma reunião virtual na quarta-feira (24). No entanto, devido ao período de convenções e à dedicação dos postulantes à preparação de documentos para o registro das chapas, o encontro foi adiado.
No material de apresentação da pesquisa, o partido recomenda cautela aos candidatos ao tratar de segurança pública nas campanhas. “É preciso ter muito cuidado para levar o debate de segurança pública para a sua cidade. A pesquisa mostra que, mesmo simpatizantes do PT, consideram que o partido não tem muitas propostas nessa área”, afirma o documento.
O relatório destaca que a “maioria acredita que o PT não tem políticas na área para apresentar — com exceção de políticas contra a pobreza (indiretas)”. O texto também ressalta que “permeia na amostra críticas em direção ao partido com relação à dificuldade de enfrentar a criminalidade".
Os participantes comentaram sobre a falta de segurança, mencionando recorrência de assaltos e casos de criminalidade, até mesmo em cidades de pequeno porte. A Fundação Perseu Abramo sugere que os candidatos do PT consultem uma cartilha sobre segurança pública elaborada pela entidade. Entre as propostas, está a decisão do prefeito sobre a guarda civil portar armas ou não.
A pesquisa indica que os eleitores simpatizantes do PT avaliam positivamente as áreas de saúde e educação. Contudo, em relação à saúde, há ressalvas: “ainda que haja percepção de melhorias no atual governo, a avaliação da saúde ainda é passível de muitas críticas. Essa área é vista como um problema crônico no país, sobretudo pela demora em consultas e exames e no atendimento de emergência nas UPAs e nos hospitais públicos".
Na apresentação, a fundação sugere que, ao falar de geração de emprego e educação, os candidatos defendam as ações do presidente Lula e do ministro Fernando Haddad (PT).
O levantamento chama a atenção para o fato de o PT nunca ter conseguido, em eleições municipais, um percentual de votos equivalente ao total de eleitores que se declaram simpatizantes do partido, sempre superior a 20%. Nas duas últimas disputas, o partido recebeu apenas 5% dos votos válidos para vereador. “Quem tem o PT como partido de preferência nem sempre vota no PT porque, ainda que o partido seja um elemento bastante relevante, não é uma condição suficiente ou exclusiva para a decisão de escolha por um candidato a vereador, ou também a prefeito”, constata a pesquisa.
Os entrevistados sugeriram que o PT se aproxime mais do povo por meio da presença de seus representantes nos bairros, comunidades, áreas rurais e nas redes sociais. A pesquisa revela que a identificação do PT nas cidades ocorre quando há lideranças do partido presentes e atuantes. “Cidade sem liderança, é cidade sem o PT".
Realizada entre os dias 22 e 25 de abril, a pesquisa contou com 12 grupos focais, sendo seis no Nordeste e seis no Sudeste, compostos por eleitores de ambos os sexos, com idade entre 30 e 50 anos, que declaram o PT como partido de preferência.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário