STF determinou que PGR apurasse caso Queiroz — como ficou conhecido o episódio — mas Aras não concluiu as investigações
O ex-procurador-geral da República Augusto Aras foi provocado diversas vezes, desde 2020, a investigar se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria sido usada para anular o processo contra o senador Flávio Bolsonaro por suposta prática de rachadinha, informa a coluna de Guilherme Amado, no portal Metrópoles.
No final de 2020, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, determinou que Aras investigasse o uso da Abin para beneficiar o senador e filho do então presidente da República, Jair Bolsonaro. O ex-PGR, entretanto, não concluiu as investigações.
A determinação para que houvesse a investigação ocorreu após reportagem feita por Guilherme Amado, do portal Metrópoles, mostrar que a “Abin paralela” havia sido acionada para buscar provas que derrubassem o caso Queiroz — como ficou conhecido o episódio das rachadinhas no gabinete de Flávio.
Em dezembro de 2018, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgou um relatório apontando movimentações atípicas, de mais de um milhão de reais, em uma conta bancária de titularidade de Fabrício Queiroz, policial militar e ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro.
Em 2021, a PGR pediu que a reportagem do Metrópoles entregasse os relatórios revelados em dezembro de 2021 em que a “Abin paralela” passava a Flávio Bolsonaro as orientações sobre o que deveria ser feito para encontrar provas que anulassem o caso Queiroz — o que a reportagem não fez, diante do risco de identificar as fontes.
Depois, a advogada de Flávio Bolsonaro na época, Luciana Pires, foi chamada a depor na PGR. Pires disse ao Metrópoles que Alexandre Ramagem havia enviado os relatórios. Alegando sigilo profissional, a advogada não compareceu ao depoimento. A PGR não prosseguiu com a investigação.
Nessa quinta-feira (11/7), a PF deflagrou a quarta fase da Operação Última Milha, que apura a produção de notícias falsas e o monitoramento ilegal de autoridades, servidores públicos e jornalistas considerados pelo governo Bolsonaro como opositores.
Um dos elementos citados pela PF para pedir a operação ao STF foi um áudio apreendido em um aparelho de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do governo Bolsonaro. Na gravação de uma hora e oito minutos, feita em reunião de 25 de agosto de 2020, Bolsonaro, Ramagem e Heleno trataram de um plano para derrubar a investigação das rachadinhas contra o senador Flávio Bolsonaro.
A PF prendeu Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército; Marcelo Araújo Bormevet, agente da PF; Mateus de Carvalho Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação da Presidência; e o empresário Richards Dyer Pozzer. O ex-assessores José Matheus Sales Gomes e Daniel Ribeiro Lemos foram alvos de mandados de busca.
Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles
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