"O preço de uma estatal nunca será igual ao de uma empresa privada", escreveu o jornal, que deve apoiar Tarcisio de Freitas em 2026
O jornal Estado de S. Paulo publicou um editorial nesta quinta-feira defendendo a privatização da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), concluída recentemente pelo governador Tarcísio de Freitas. O governo vendeu 32% das ações da empresa, das 50,3% que detinha, por um total de R$ 14,8 bilhões, em um movimento considerado pelo jornal como um marco "simbólico e alentador diante dos desafios da infraestrutura nacional", especialmente no setor de saneamento.
O editorial do jornal, que deverá fazer campanha por Tarcisio de Freitas em 2026, reconhece que há críticas ao valor da venda, considerado abaixo dos indicadores de mercado, mas descarta essas críticas como ideológicas. "O preço de uma estatal nunca será igual ao de uma empresa privada", argumenta o Estadão. "O mais importante é que a Sabesp será capaz de antecipar a entrega da universalização antes da meta".
No entanto, a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, criticou fortemente o processo. Segundo ela, a privatização foi apressada e realizada sem concorrência adequada, resultando na venda da maior empresa de saneamento do país por um valor muito inferior ao seu real valor de mercado. "A venda da Sabesp, realizada a toque de caixa pelo bolsonarista Tarcísio Freitas, é a maior negociata dos últimos tempos", declarou Hoffmann. Ela destacou que um acionista com apenas 15% do capital agora comandará o negócio, o que considera inaceitável.
Hoffmann também levantou preocupações sobre a ausência de obrigações contratuais para a universalização do acesso à água e ao esgoto. "Sem nenhuma obrigação contratual de universalizar o acesso à água e esgoto, nem sequer de melhorar o serviço, a venda é um retrocesso. Países e grandes cidades do mundo inteiro estão reestatizando empresas de saneamento porque água não é negócio particular, é serviço público", afirmou a deputada.
Na manhã da última terça-feira, Tarcísio de Freitas participou de uma cerimônia que concluiu a venda da companhia ao grupo Equatorial, controlado por fundos financeiros. A Sabesp, que teve um lucro líquido de R$ 3,1 bilhões em 2023, teve 32% de suas ações vendidas por um valor abaixo da média de mercado, o que provocou indignação entre opositores.
Fonte: Brasil 247
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