sábado, 13 de julho de 2024

Empresário detido pela PF por espalhar nas redes informações ilegais da Abin tinha trânsito livre no Planalto sob Bolsonaro

 Richard Pozzer, em mensagens interceptadas pela PF, alegou junto a outros investigados ter ‘linha direta’ para mandar dossiês do grupo de Jair Bolsonaro

O empresário Richards Dyer Pozzer, preso pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira (11) por suspeição de integrar a Abin Paralela, transitava constantemente no Palácio do Planalto no início do governo Bolsonaro, segundo relatos de ex-assessores. Para a Polícia Federal (PF), Pozzer era o responsável por espalhar nas redes sociais informações colhidas ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), segundo informações da coluna de Guilerme Amado, do Metrópoles.


Em mensagens interceptadas pela PF, Pozzer alegou junto a outros investigados ter “linha direta” para mandar dossiês do grupo ao então presidente Bolsonaro. Pozzer disse a Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército com cargo de confiança na Abin: “Eu consegui 1 contato que tem a linha direta com o presidente. Aí com um dossiê caprichado é o envio do pacote e já era”.


Giancarlo Rodrigues perguntou: “Show de bola! Mas chega mesmo na mão do presidente?”, ao que Pozzer respondeu: “Chega. É o Mateus Sposito meu contato. E o Daniel Lemos”.


Os quatro envolvidos foram presos pela PF nesta quinta-feira  durante a quarta fase da Operação Última Milha, que apura a produção de notícias falsas e o monitoramento ilegal de autoridades, servidores públicos e jornalistas considerados opositores pelo governo Bolsonaro.


Um dos elementos citados pela PF para a operação foi um áudio apreendido em um aparelho de Alexandre Ramagem, que chefiava a Abin no governo Bolsonaro. Na gravação de uma hora e oito minutos, feita em 25 de agosto de 2020, Bolsonaro, Ramagem e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno trataram de um plano para derrubar a investigação das rachadinhas contra o senador Flávio Bolsonaro. O encontro foi revelado pela coluna em outubro de 2020.


Fonte: Agenda do Poder

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