quarta-feira, 3 de julho de 2024

Economistas reunidos com Lula alertam sobre possibilidade de alta da inflação caso dólar continue a disparar

 Presidente está ‘justamente indignado’ com o que seria um movimento especulativo contra seu governo e com a tentativa de fazer a corda do ajuste fiscal estourar no lado mais fraco, a população mais pobre, disse um dos presentes


O presidente Lula (PT) se reuniu recentemente com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com um grupo de economistas de dentro e de fora do governo que o alertaram sobre a possibilidade de uma alta da inflação já nos próximos meses caso o dólar siga disparando. A subida da moeda norte-americana encarece a compra de produtos e insumos importados e tem impacto direto nos preços brasileiros, segundo informações da coluna de Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo.


De acordo com um dos integrantes da conversa com o presidente, que reuniu expoentes do chamado desenvolvimentismo, Lula está “justamente indignado” com o que seria um movimento especulativo contra seu governo e com a tentativa de fazer a corda do ajuste fiscal estourar no lado mais fraco. Ou seja, o da população mais pobre. Por isso o presidente estaria repetindo em entrevistas que não se dobrará a essa receita. O pesidente, no entanto, foi aconselhado a baixar o tom de suas críticas ao mercado e ao Banco Central.


Melhor do que falar, aconselharam os economistas, seria fazer de forma mais discreta o que ele tem repetido: preservar o salário mínimo, as aposentadorias e benefícios e a área da saúde e da educação de cortes e alterações de cálculos que diminuam seus reajustes.


O grupo, de acordo ainda com convidados, não vincula a subida do dólar apenas às falas de Lula, mas, sim, a fatores fora do controle dele, como a alta dos juros norte-americanos, por exemplo.


Os economistas ponderam, no entanto, que um tom muito agressivo do presidente impulsiona a crise de forma desnecessária. E teria o efeito contrário ao pretendido por ele: a alta expressiva da inflação minaria a sua capacidade de Lula de justamente proteger a população mais vulnerável. O petista ficaria encurralado, com popularidade em queda e margem reduzida para atuar.


O presidente ouviu do grupo que, ao fim e ao cabo, o que mais interessa de forma imediata para a população é o preço dos produtos na gôndola do supermercado.


Sem estabilidade na inflação, todas as outras realizações do governo, que Lula defende com entusiasmo nos encontros, não seriam mais valorizadas.


Fonte: agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo

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