Gravações teriam sido feitas de modo ilegal por autoridades em 2014, dentro da cela onde Alberto Youssef estava preso, na sede da PF em Curitiba
A defesa de Alberto Youssef, um dos pivôs da Operação Lava Jato, afirma ter tido acesso a 260 horas de áudios que teriam sido captados de forma ilegal em 2014 dentro da cela onde o doleiro estava preso, na sede da Polícia Federal em Curitiba.
A qualidade das gravações, contudo, é considerada “muito ruim”, de acordo com um dos advogados do caso, Gustavo Flores. De acordo com ele, a ideia agora é contratar um perito que possa melhorar o som das gravações.
Os áudios foram disponibilizados à defesa na última quinta-feira (18), mais de um ano após um pedido formal feito à 13ª Vara Federal de Curitiba, ainda hoje responsável pelos processos remanescentes da operação, e quase dez anos após as gravações.
O objetivo da defesa de Youssef é reunir elementos que joguem dúvida sobre a espontaneidade e voluntariedade da delação do doleiro, firmada logo no início da Lava Jato.
Para a defesa, se o doleiro foi gravado por autoridades da operação de forma ilegal, o acordo de colaboração premiada assinado na sequência tem vícios, e pode ser rescindido.
“É claro que a gente quer melhorar o áudio para ouvi-lo, mas o conteúdo do áudio é menos importante do que a existência do áudio. Porque a nulidade, na minha opinião, decorre da gravação ilegal”, diz Flores.
Em sua delação, Youssef apontou para políticos e empreiteiras e eventual quebra da colaboração pode ter desdobramentos para toda a investigação.
Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo.
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