quinta-feira, 11 de julho de 2024

Defesa de Bolsonaro pede a Moraes acesso à integra da delação de Mauro Cid sobre caso das joias

 Os depoimentos de Mauro Cid estão sendo utilizados em outros dois inquéritos

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu nesta quarta-feira o acesso a toda a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente durante o seu mandato. A solicitação foi feita ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito que investiga a apropriação irregular de joias do acervo presidencial.


Neste caso, Bolsonaro, Cid e outras dez pessoas foram indiciadas pelos crimes de peculato (apropriação indevida de bens públicos), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Informações dadas pelo ex-ajudante de ordens foram utilizadas no relatório da Polícia Federal (PF), que baseou o indiciamento e foi entregue a Moraes na última sexta-feira.


“Requer-se a irrestrita disponibilização dos autos principais e pertinentes apensos/anexos relativos ao acordo de colaboração premiada firmada pelo sr. Mauro Cesar Lourena Cid, bem como do registro audiovisual integral de todos os atos da referida colaboração premiada, inclusive das negociações e depoimentos prévios à celebração e homologação do acordo”, diz a defesa.


A petição é assinada pelos advogados Paulo Amador Bueno, Daniel Tesser, Thais Guimarães, Saulo Segall, Clayton Soares e Fabio Wajngarten. Ex-chefe da Secretaria de Comunicação e assessor de Bolsonaro, Wajngarten também foi indiciado no caso do suposto desvio das joias.


Em outra petição protocolada hoje, a defesa do ex-mandatário classificou o indiciamento de “anômalo” e pediu que o acesso aos autos da investigação seja “irrestrito”, “haja vista a midiática informação sobre o indiciamento e conclusão da apuração”. Em nota anterior, os advogados haviam afirmado que o ex-presidente, “em momento algum, pretendeu se locupletar ou ter para si bens que pudessem, de qualquer forma, serem havidos como públicos”.


Além do caso da apropriação das joias, os depoimentos de Mauro Cid estão sendo utilizados em outros dois inquéritos que miram Bolsonaro. Um que investiga a inserção de dados falsos na carteira de vacinação do ex-presidente e outro que apura uma suposta trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

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