Questionados sobre a relação entre política e valores religiosos, 55% dos evangélicos paulistanos discordam da ideia de que ambos devem caminhar juntos
A relação entre religião e política parece não ser bem recebida pela maioria dos evangélicos na cidade de São Paulo. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha entre 24 e 28 de junho com 613 moradores da capital paulista revela que a maioria dos fiéis prefere manter uma separação entre os papéis de seus líderes espirituais e o processo eleitoral.
De acordo com o levantamento, 56% dos entrevistados acreditam que seria mais apropriado se os pastores se abstivessem de apoiar candidatos durante as eleições. Além disso, 70% consideram inaceitável que os pastores indiquem diretamente quem deve ser escolhido pelos fiéis nas urnas.
O estudo também mostra que 80% dos evangélicos paulistanos afirmam nunca ter votado em candidatos sugeridos por seus líderes religiosos. Além disso, 90% dos entrevistados afirmam que nunca sentiram pressão para seguir essas indicações.
A pesquisa revela que a identidade religiosa dos candidatos nem sempre influencia a confiança dos eleitores. Apenas 11% dos entrevistados confiam muito mais em candidatos que também são evangélicos, enquanto 20% confiam um pouco mais. Por outro lado, 13% confiam um pouco menos em candidatos evangélicos e 14% confiam muito menos. Para 37%, a religião do político não faz diferença.
O estudo também mostra que a maioria dos evangélicos acredita que a liderança espiritual deve manter distância de questões eleitorais. Aproximadamente 76% dos entrevistados acreditam que os assuntos políticos não devem ser discutidos durante os cultos.
Quando questionados sobre a relação entre política e valores religiosos, 55% dos evangélicos discordam da ideia de que ambos devem caminhar juntos. Em relação à representação política, apenas 30% dos participantes citaram um nome quando questionados sobre qual político mais representa o segmento. Jair Bolsonaro (PL) lidera essas menções com 10%, seguido pelos deputados Nikolas Ferreira (4%) e Marco Feliciano (3%). Silas Malafaia e Lula aparecem com 1% cada.
Sobre a presença de evangélicos em cargos políticos, as opiniões estão divididas: 6% acham que há excesso, 29% consideram a quantidade adequada e 26% acreditam que é insuficiente. 33% acreditam que evangélicos não deveriam ocupar esses cargos.
Para a próxima eleição municipal, 87% dos evangélicos consideram essencial que o candidato à prefeitura acredite em Deus. No entanto, a importância de compartilhar a mesma fé é vista de maneira dividida: 53% acham que não é relevante, enquanto 50% acreditam que é um pouco ou muito importante.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário