Ele estava preso desde 2010, quando foi capturado no Complexo do Alemão
O traficante Elizeu Felício de Souza, conhecido como Zeu, foi solto nesta quinta-feira (4) e deixou o Complexo de Gericinó, zona oeste do Rio, após 13 anos e 7 meses preso pela morte do jornalista Tim Lopes, em 2002.
Segundo informações obtidas pela CNN, Zeu teve um alvará de soltura concedido e cumprirá prisão domiciliar a partir de agora, além de ser monitorado por tornozeleira eletrônica.
Dos sete condenados em 2005 pelo crime, Zeu era o único que ainda estava preso. Mandante do crime, Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, foi encontrado morto, em 2020, na cela do presídio federal de Catanduvas (PR).
Os outros envolvidos foram Claudino dos Santos Coelho, Reinaldo Amaral de Jesus, Fernando Sátyro da Silva, Cláudio Orlando do Nascimento e Ângelo Ferreira da Silva.
O caso
O jornalista Tim Lopes foi morto em 2002, enquanto fazia uma reportagem sobre abuso sexual de menores e tráfico de drogas em bailes funks na favela da Vila Cruzeiro, que faz parte do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio.
Ele foi descoberto por traficantes da região quando circulava pelo local com uma microcâmera no bolso da camisa, que filmava a venda de drogas na comunidade.
Lopes foi levado para o alto da favela da Grota. No trajeto, levou um tiro no joelho para impedir que fugisse.
Ele acabou torturado por Elias Maluco e comparsas, incluindo Zeu, e logo após foi esquartejado e teve o corpo incinerado.
O líder da ação, o traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, foi encontrado morto em 2020, na cela em que cumpria pena na penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná.
À época, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), afirmou que o detento havia se matado.
A libertação de Zeu suscita questões críticas sobre o processo de reabilitação dentro do sistema prisional brasileiro. É imperativo questionar: nosso sistema está efetivamente preparado para reintegrar ex-detentos à sociedade? A condição de monitoramento por tornozeleira eletrônica é suficiente para garantir a segurança pública e a correta reintegração dessas pessoas?
Em um país ainda marcado por altos índices de reincidência e crimes violentos, a soltura de indivíduos envolvidos em casos de grande repercussão como o de Tim Lopes serve como termômetro para medir a eficácia e humanidade das nossas políticas prisionais e de ressocialização.
Com informações da CNN e de o Antagonista
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