sábado, 13 de julho de 2024

Caso Marielle: defesas de Girão e Suel usam delação de Lessa para pedir liberdade

 Ex-bombeiro e ex-vereador alegam que depoimento de assassino de vereadora os inocenta dos crimes pelos quais estão presos

As defesas do ex-vereador Cristiano Girão e do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, solicitaram à Justiça do Rio de Janeiro a libertação de seus clientes com base na delação de Ronnie Lessa, ex-PM e assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Lessa detalhou o crime em janeiro deste ano em um acordo com a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR), homologado dois meses depois.


Maxwell Simões Corrêa, o Suel, é suspeito de envolvimento nas mortes de Marielle e Anderson em março de 2018. Já Cristiano Girão está preso por supostamente ordenar o assassinato do ex-PM André Henrique da Silva Souza, o André Zóio, em junho de 2014. Suel foi preso em julho do ano passado, apontado na delação de Élcio Queiroz, que confessou ter dirigido o carro usado no crime, como cúmplice de Lessa.


Lessa disse que Suel não sabia da morte de Marielle


Lessa, em seu depoimento, afirmou que Suel não sabia da morte de Marielle antes do crime, alegando que ele soube apenas após os acontecimentos. A defesa de Suel, conduzida pela advogada Fabíola Garcia, argumenta que o ex-bombeiro não estava envolvido nos preparativos ou na execução do crime. O pedido de soltura de Suel foi feito no final de junho, mas não foi aceito, conforme decisão do dia 9 de julho.


A defesa também contestou as alegações de que Suel ajudou a se desfazer do carro usado no homicídio, um Cobalt prata que foi levado para um ferro-velho. O veículo também era utilizado para monitorar Regina Celi, ex-presidente da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, que supostamente também seria alvo do grupo.


Lessa apontou os supostos mandantes do crime: o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão. Lessa alegou que havia garantias de que o crime não seria elucidado, promessa feita pelo delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio. Os três foram presos em março deste ano e se tornaram réus em 18 de junho.


Lessa detalha assassinato de Zóio


Além de narrar os detalhes dos homicídios de Marielle e Anderson, Lessa confessou outros crimes, incluindo o assassinato de André Zóio. Em seu depoimento, Lessa contou que decidiu matar Zóio após uma discussão em um bar. Em 2021, a Força-Tarefa do Caso Marielle e Anderson (FTMA) e a Delegacia de Homicídios da Capital (DH) concluíram que Cristiano Girão teria contratado Lessa para executar Zóio. No entanto, Lessa isentou Girão de qualquer participação no crime, alegando que a morte de Zóio foi motivada por questões pessoais.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

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