sábado, 13 de julho de 2024

Atual direção da Abin está sob suspeita e tem negado acesso às investigações da Polícia Federal

 O procurador-geral da República citou ações anteriores da nova gestão da Abin que indicam tentativa de evitar a apuração dos fatos

A PGR (Procuradoria-Geral da República) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), mantiveram a atual gestão da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sob suspeita na mais recente fase da operação que investiga a “Abin paralela” ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


Devido à desconfiança sobre as novas gestões, Moraes negou o compartilhamento da investigação da Polícia Federal com a corregedoria da Abin para abertura de sindicâncias internas.


O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que compartilhar as informações agora “não parece recomendável” devido à “aparente resistência” dentro da Abin. Gonet sugeriu que as provas fossem compartilhadas apenas ao final das investigações, mencionando ações anteriores da nova gestão da Abin que indicaram uma tentativa de evitar a apuração aprofundada dos fatos.


Na quinta-feira (11), a PF deflagrou a quarta fase da Operação Última Milha e prendeu cinco suspeitos. Um dos principais alvos da investigação é o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que dirigiu a Abin no governo Bolsonaro e é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro. Moraes, ao determinar a prisão dos suspeitos, afirmou que Gonet “reconheceu a possibilidade de interferência” nas investigações ao se posicionar contra o envio da documentação para a Abin.


A decisão de não compartilhar as provas levantou suspeitas entre os servidores da Abin de que a cúpula da agência poderia estar entre os alvos dos investigadores por suposta obstrução de Justiça. Essa suspeita foi reforçada por um relatório da PF que citou uma reunião em 28 de março do ano passado, onde Alessandro Moretti, então diretor-adjunto da Abin, afirmou que a investigação em curso tinha “fundo político”. Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral da Abin, participou da reunião antes de ser nomeado por Lula em 29 de maio.


Um trecho da investigação da PF citado por Moraes mencionou que não há norma que autorize cidadãos fora dos quadros da Abin a receberem informações sigilosas. A reunião mencionada foi o estopim para a demissão de Moretti no início deste ano, quando a PF afirmou que a direção atual da Abin interferiu no andamento da investigação. Servidores da Abin expressaram desconforto com Corrêa e afirmaram que a agência ainda não conseguiu esclarecer a gestão de Ramagem.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S.Paulo

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