O governo brasileiro crê que aumentará a pressão sobre o democrata Joe Biden, favorecendo a candidatura republicana
Aliados do presidente Lula (PT) temem que o atentado contra do ex-presidente dos EUA Donald Trump, ocorrido no sábado (13), fortaleça o discurso de perseguição à direita e beneficie o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também sofreu um atentado durante a campanha presidencial de 2018. O governo brasileiro também acredita que o episódio possa aumentar a pressão sobre o democrata Joe Biden, favorecendo a candidatura republicana nos Estados Unidos.
Lula, que já expressou apoio a Biden, preocupa-se com o impacto que uma vitória do adversário teria. A comparação entre os ataques a Trump e Bolsonaro foi feita por aliados do ex-presidente brasileiro, incluindo seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Bolsonaro declarou que atentados são direcionados a “pessoas de bem e conservadores”, ignorando outros episódios de violência política.
Dúvidas sobre influência nas eleições municipais no Brasil
O atentado contra Trump ocorre em um momento delicado para Bolsonaro, que enfrenta investigações judiciais e reveses no cenário político. Apesar das comparações, aliados de Lula afirmam que o impacto do episódio na campanha americana ainda é incerto e que no Brasil as eleições municipais de outubro não devem ser influenciadas pelo atentado.
O senador Humberto Costa (PT-PE) destaca que Lula manterá sua participação na campanha, embora com maior preocupação com a segurança. O presidente do PP, Ciro Nogueira, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também minimizam o impacto do atentado nas eleições brasileiras.
“Na verdade acho que haverá mais cuidados ainda [com a segurança]. Mas não creio que ele vá mudar de ideia em participar da campanha. Inclusive, ele já vai para a convenção do Boulos,”, afirma Costa, referindo-se à participação de Lula na campanha do candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo.
“Não acho que tenha impacto [no pleito brasileiro], já vamos ter uma vitória histórica”, diz Ciro.
Líderes políticos, como o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), condenaram o ato de violência contra Trump e enfatizaram a importância da convivência pacífica e democrática.
Integrantes do governo Lula, incluindo a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), e o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), também repudiaram o ataque, destacando que a violência política prejudica a democracia.
Por outro lado, aliados de Bolsonaro utilizam o ataque a Trump para reforçar a tese de perseguição a líderes conservadores, lembrando a facada sofrida pelo ex-presidente em 2018. Jair Renan, filho de Bolsonaro, e o senador Flávio Bolsonaro, destacaram nas redes sociais que a história se repete e que líderes de direita são alvos de atentados por motivos políticos.
Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S.Paulo
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