quinta-feira, 18 de julho de 2024

Armas de fogo são responsáveis por dois em cada três homicídios no Brasil, que ocupa o 18º lugar no ranking mundial de letalidade

 Com 3% da população mundial, o Brasil responde por 10,1% dos 458 mil homicídios registrados em 119 países em 2021, dado mais recente


O Brasil tem conseguido reduzir suas mortes violentas intencionais desde 2018, uma tendência latino-americana. No último ano, o país registrou 46.328 casos do tipo, o menor número em mais de uma década. A taxa de mortalidade ficou em 22,8 por 100 mil habitantes, recuo de 3,4% em relação ao ano anterior. Na ampla maioria dos casos (73,6%), as armas de fogo foram o instrumento usado para matar.


Apesar da queda, a letalidade ainda é considerada alta em comparação ao cenário mundial. Em números absolutos, o Brasil é o país com mais homicídios do planeta. Em termos relativos, ocupa a 18ª posição de país mais violento entre as nações que disponibilizaram dados ao UNODC, o escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, nos últimos oito anos.


Com 3% da população mundial, o Brasil responde por 10,1% dos 458 mil homicídios registrados em 119 países em 2021, dado mais recente.


Os dados inéditos estão no 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na manhã desta quinta-feira (18). Na classificação do documento, mortes violentas intencionais são a soma dos casos de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora.


Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, enfatiza que, embora a redução seja uma boa notícia, o Brasil ainda é uma nação violenta e marcada pelas diferenças raciais, de gênero, geracionais e regionais.


— Nossa taxa de homicídios ainda é superior à média da América Latina e Caribe como um todo, mesmo sendo a região extremamente violenta — destaca.


Segundo Lima, a letalidade observada no último ano tem um caráter mais localizado, concentrado principalmente em cidades que sofrem com disputas de facções criminosas pelos mercados nacional e internacional de drogas. O Brasil não tem dados específicos sobre as mortes provocadas por esses confrontos. Mas, de acordo com o Estudo Global sobre Homicídios 2023, do UNODC, 50% dos homicídios nas Américas são motivados pelo crime organizado, diante de uma média mundial de 22%.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

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