terça-feira, 9 de julho de 2024

Advogado de Bolsonaro diz que comprou Rolex em dinheiro vivo nos EUA para fugir de imposto do Brasil: “governo cobra caro”

 Explicação consta de formulário entregue por Wassef às autoridades americanas

Indiciado pela Polícia Federal no inquérito que investiga o desvio de joias do acervo presidencial, o advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, explicou ao governo dos Estados Unidos que pagou US$ 49 mil em espécie por um relógio Rolex para evitar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).


Segundo um formulário preenchido por Wassef, o pagamento em dinheiro foi preferido devido às altas taxas aplicadas pelo governo brasileiro em transações financeiras.


A investigação da PF revela que Wassef viajou aos EUA para recomprar o relógio, parte de um conjunto recebido pelo então presidente Bolsonaro como presente da Arábia Saudita em 2019. A recompra era necessária para devolver o kit completo ao governo brasileiro, conforme exigência do Tribunal de Contas da União (TCU).


Em depoimento à PF em agosto do ano passado, Wassef admitiu ter utilizado recursos próprios para a compra do relógio, justificando o uso de dinheiro em espécie para evitar o IOF de aproximadamente 6,5% e obter um desconto de quase US$ 9 mil. No entanto, a polícia considera essa justificativa pouco plausível, dado que o advogado possuía uma conta bancária nos EUA com saldo de US$ 536,4 mil.


Troca de mensagens com Flávio Bolsonaro


No dia da recompra, a PF destacou que Wassef recebeu mensagem do senador Flávio Bolsonaro dizendo “Saudade”, ao que Wassef respondeu reiterando seu compromisso. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, também enviou um e-mail à loja informando a presença de Wassef. A PF ressalta que Wassef ligou para Bolsonaro após mencionar a entrega do relógio a Mauro Cid, sugerindo coordenação entre os envolvidos.


Em sua defesa, Wassef argumentou que sua viagem aos EUA em março do ano passado envolveu negócios e lazer, incluindo reuniões com clientes, incluindo Bolsonaro, e visitas turísticas. Ele refutou as acusações de que as videochamadas com Bolsonaro são incomuns, explicando que são normais dada sua função como advogado do ex-presidente.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário