sexta-feira, 7 de junho de 2024

Viagem de deputados bolsonaristas à Argentina alertou PF sobre risco de mais fugas de envolvidos nos atos golpistas

 Parlamentares pediram asilo político para foragidos, o que na visão da PF pode indicar um plano orquestrado de fuga

A viagem de deputados bolsonaristas à Argentina em maio, durante a qual solicitaram asilo político para fugitivos dos ataques de 8 de janeiro, atraiu a atenção das autoridades argentinas e levantou suspeitas na Polícia Federal (PF) e no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre um possível plano orquestrado de fuga.


A PF suspeita que a fuga de cerca de 65 brasileiros para a Argentina, todos investigados na Operação Lesa Pátria por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro, pode ter sido facilitada por terceiros, informa Bela Megale, em O Globo.


As autoridades brasileiras consideram que a viagem dos deputados pode ter sido um “tiro no pé”, ao chamar a atenção para a permanência dos foragidos no país vizinho.


O governo brasileiro já anunciou que solicitará à Argentina a extradição dos foragidos. Os depoimentos desses indivíduos serão cruciais para determinar se houve um plano de fuga coordenado e a participação de outras pessoas. Caso a suspeita seja confirmada, a PF iniciará uma investigação para apurar o envolvimento de terceiros.


No mês passado, os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Rodrigo Valadares (União-SE) viajaram a Buenos Aires para participar de um evento promovido pela deputada argentina Maria Celeste Ponce, aliada do presidente Javier Milei. Durante a visita, os parlamentares pediram asilo político para os brasileiros condenados e considerados foragidos pelos ataques golpistas.


A movimentação dos deputados e os pedidos de asilo político reforçaram as suspeitas da PF sobre a possível existência de um esquema de fuga planejado. A ação dos parlamentares bolsonaristas na Argentina não apenas chamou a atenção das autoridades argentinas, mas também colocou os foragidos sob maior escrutínio das autoridades brasileiras, que agora buscam desmantelar qualquer rede de apoio envolvida na operação de fuga.


Fonte: Agenda do Poder com informações do jornal O Globo

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