Brasil tentará a extradição dos condenados pela tentativa de golpe de estado em 8 de janeiro
O Uol, portal do grupo Folha, entrevistou, na Argentina, brasileiros bolsonaristas que quebraram suas
tornozeleiras eletrônicas do País e fugiram após serem condenados pelo Supremo
Tribunal Federal pela tentativa de golpe de estado em 8 de janeiro de 2023. Um
deles, Luiz Fernandes Venâncio, 50, relatou ter fugido do país após quebrar a
tornozeleira eletrônica com uma faca e pegar um ônibus na rodoviária do Tietê,
em São Paulo. Em tom de deboche, Venâncio usou o refrão do presidente argentino
Javier Milei. "Eu acho que a expressão é: 'Viva la libertad, carajo!'
[viva a liberdade, caramba]", disse ele.
Diante da fuga, a Polícia Federal quer a extradição dos
fugitivos e que seus nomes sejam incluídos na lista da Interpol (polícia
internacional). Segundo a reportagem do Uol, Venâncio fez pedido de refúgio na
Argentina e afirma que tem ajudado outros fugitivos a fazerem o mesmo. O portal
do grupo Folha também entrevistou outros envolvidos na tentativa de golpe de
estado, que vivem tranquilamente na Argentina.
Mais de 60 brasileiros bolsonaristas envolvidos nos atos
golpistas de 8 de janeiro solicitaram refúgio ao governo ultradireitista de
Javier Milei na Argentina. Os pedidos de refúgio coincidem com a fuga de
militantes bolsonaristas condenados ou réus pelos ataques contra a democracia
brasileira.
Os pedidos de refúgio, entretanto, não garantem
automaticamente a proteção aos solicitantes. Cabe ao Conare (Comissão Nacional
para os Refugiados) da Argentina, um órgão do Ministério do Interior, analisar
e decidir sobre cada caso. Enquanto isso, os pedidos criam uma
"permanência provisória" de três meses no país, permitindo aos
fugitivos morar, trabalhar, estudar e acessar serviços de saúde.
A Polícia Federal do Brasil, que prendeu nesta quinta-feira (6)
49 pessoas sob risco de fuga, está empenhada em garantir a extradição dos
fugitivos na Argentina. A inclusão dos nomes desses indivíduos na difusão
vermelha da Interpol foi solicitada, um passo importante para reforçar a
pressão internacional pela captura e retorno dos envolvidos.
A operação, que mobilizou autoridades em 18 estados e no
Distrito Federal, cumpriu 208 medidas judiciais, incluindo prisões e a
reinstalação de tornozeleiras eletrônicas. As autoridades continuam buscando
outros 159 condenados e investigados que permanecem foragidos.
Fonte: Brasil 247
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