O governador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas (Republicanos), tem abertamente “normalizado” o golpismo do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e está trabalhando nos bastidores para
diminuir a tensão com o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a
prisão do ex-capitão.
Para tranquilizar o Judiciário e ao mesmo tempo se manter alinhado com
o bolsonarismo, o pupilo do ex-mandatário escolheu negar qualquer envolvimento
de seu grupo político na tentativa de reverter os resultados das eleições,
conforme informações da Folha de S.Paulo.
Publicamente, ele procura distanciar Bolsonaro e seus
aliados das acusações. Nos bastidores, Tarcísio está se aproximando dos
ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes, com o objetivo de reduzir
a tensão e melhorar a relação com os bolsonaristas, conforme relataram pessoas
de seu círculo próximo.
No último fim de semana, Tarcísio reiterou que seu grupo
político não esteve envolvido em nenhuma tentativa de golpe. Quando questionado
sobre as investigações da Polícia Federal (PF) envolvendo Bolsonaro e seus
aliados, Tarcísio minimizou a situação, afirmando: “Não vejo por que a gente,
por que essa corrente, está na atenção da Polícia Federal”.
Segundo testemunhas da manifestação de fevereiro ao lado
de Bolsonaro na Avenida Paulista (SP), Tarcísio negociou com o STF o tom do
evento, garantindo que o ex-presidente não atacaria os ministros. Naquele dia,
Bolsonaro criticou as penas impostas aos envolvidos nos ataques terroristas de
8 de janeiro e reclamou de “abusos por parte de alguns”, sem citar nomes.
Tarcísio de Freitas ao lado de Jair Bolsonaro em manifestação na avenida Paulista (SP). Foto: Bruno Santos
A bolsonaristas, Tarcísio diz estar tentando se aproximar do STF para
ajudar. Uma pessoa próxima ao ex-capitão disse que essa estratégia tem o apoio
de Bolsonaro, que ainda espera reverter sua inelegibilidade e evitar uma
possível prisão.
A postura de Tarcísio em se aproximar do Judiciário
incomoda uma ala do bolsonarismo, assim como seus ocasionais elogios ao governo
Lula e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e sua participação em
eventos com figuras da direita não-bolsonarista ou centro-direita.
Esse grupo de aliados de Bolsonaro acredita que, com
esses movimentos, Tarcísio está preparando o terreno para uma possível
candidatura à Presidência, algo que ele nega publicamente, posicionando-se como
um político moderado e distanciando-se do bolsonarismo.
Outra ala do bolsonarismo reconhece que as ações de Tarcísio são
naturais para o governador de um estado influente como São Paulo e acredita que
ele precisa estar preparado caso seja escolhido como candidato da direita à
Presidência em 2026.
Esse grupo avalia que Tarcísio teve um papel crucial em acalmar a relação com o STF e evitar, até o momento, a prisão de Bolsonaro. Desde a manifestação na Paulista, diminuíram as conversas sobre essa possibilidade no entorno do ex-chefe do Executivo.
Fonte: DCM
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