Parlamentares defenderam o ‘PL do estupro’. Contadora de histórias interpretou texto contrário à assistolia fetal
A sessão do Senado para discutir procedimento legal de
interrupção de gravidez foi dominada por parlamentares bolsonaristas e
representantes, a maioria homens, favoráveis ao ‘PL do estupro”, projeto que
equipara o aborto ao crime de homicídio. Os discursos proferidos questionaram a
autonomia de mulheres vítimas de estupro em decidir pelo aborto legal acima de
22 semanas de gestação.
Uma das cenas que mais chamou a atenção foi a performance
de uma contadora de histórias convidada pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE)
para interpretar um texto contrário à assistolia fetal como método de aborto
legal. A mulher interpretou o papel de um suposto feto que foi submetido ao
procedimento.
Além disso, foram exibidas imagens de procedimentos reais
levadas pelo ex-secretário de Atenção à Saúde Primária do governo de Jair
Bolsonaro (PL) Raphael Câmara. O conteúdo não foi exibido na íntegra por conta
de problemas técnicos, e a TV Senado decidiu não veicular por avaliar que
poderia haver eventual responsabilização.
O evento tinha como objetivo debater o projeto em tramitação no Congresso e uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que derrubou uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proibia a assistolia para interromper gravidez com mais de 22 semanas. A assistolia fetal é uma prática que consiste na injeção de produtos para induzir a parada dos batimentos cardíacos do feto antes da retirada do útero. O procedimento é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para casos de aborto legal acima de 22 semanas.
Fonte: Brasil 247
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