O empate sem gols contra o Líbano, nesta quinta-feira (6), aproxima cada vez mais a seleção palestina do sonho de participar pela primeira vez de uma Copa do Mundo
Em meio a um genocídio promovido por Israel em sua terra natal,
a seleção de futebol da Palestina trouxe uma centelha de esperança e orgulho ao
seu povo ao assegurar um lugar na terceira fase das Eliminatórias Asiáticas
para a Copa do Mundo de 2026, informa a Folha de S. Paulo. O empate sem gols contra o Líbano, nesta quinta-feira (6), em
Doha, marcou um momento histórico para o time, que agora se aproxima cada vez
mais do sonho de participar pela primeira vez de um Mundial.
A partida foi disputada em Doha, devido à impossibilidade
de a Palestina jogar em seu próprio estádio, o Faisal Al-Husseini, localizado
em Al-Ram, perto de Jerusalém, devido ao conflito contínuo na região. Este
contexto adverso torna a conquista ainda mais significativa para os palestinos.
Com o resultado, a Palestina garantiu a segunda posição no
grupo, atrás apenas da Austrália, e se juntará a outras 17 seleções na busca
por uma das oito vagas diretas da Ásia para o torneio de 2026, que será
realizado nos Estados Unidos, Canadá e México. O aumento de 32 para 48 equipes
participantes nesta edição do torneio oferece uma oportunidade sem precedentes
para nações emergentes no futebol.
A presença da Palestina em uma fase tão avançada das
eliminatórias é um feito impressionante, especialmente considerando as
dificuldades enfrentadas pelo país. Em entrevista à Fifa, o meio-campista
Mohammed Rashid, de 29 anos, expressou a emoção e o impacto dessa conquista
para sua nação. “Com tudo o que está acontecendo na Palestina agora, a
qualificação para a Copa do Mundo seria uma grande conquista para os jogadores
e para o país como um todo. Seria a melhor coisa que poderia acontecer ao nosso
país em termos da nossa posição no cenário internacional”, afirmou Rashid, que
joga pelo Bali United, da Indonésia.
Desde sua filiação à Fifa em 1998, a seleção palestina tem
lutado para se estabelecer no futebol internacional. O melhor desempenho do
time foi chegar às oitavas de final da Copa da Ásia no início deste ano, quando
foi eliminada pelo Catar por um placar apertado de 2 a 1. Atualmente, a
Palestina ocupa a 93ª posição no ranking da Fifa, uma colocação respeitável
diante de seu contexto desafiador.
Os jogadores palestinos, como Oday Dabagh e Omar Farj, que
atuam no futebol europeu, são fundamentais para o time. Dabagh, atacante do
Charleroi, da Bélgica, é o artilheiro da seleção com 18 gols em 34 partidas.
Farj, de 22 anos, joga pelo AIK, da Suécia. A equipe é liderada pelo treinador
tunisiano Makram Daboub, que assumiu o comando em abril de 2021 e tem
conseguido resultados sólidos, com 11 vitórias, 6 empates e 10 derrotas em 27
jogos.
Durante as Eliminatórias, a Palestina mostrou resiliência e
competência, derrotando Bangladesh em duas ocasiões e empatando com o Líbano.
Embora tenham perdido para a Austrália por 1 a 0, o jogo de volta contra os
australianos, em Perth, na próxima segunda-feira (11), será mais uma
oportunidade de testar suas habilidades, mas sem a pressão de precisar de
pontos.
Para os jogadores palestinos, a missão de elevar o nome de
seu país através do futebol é uma forma de resistência e de solidariedade com o
sofrimento de seu povo. “Cada um de nós representa alguma coisa. A
responsabilidade vem de um grande sofrimento que temos. Neste momento, paramos
de jogar para nós mesmos e estamos jogando para o povo. Cada jogador representa
a Palestina e os sofrimentos da Palestina”, disse Mousa Farawi, zagueiro de 26
anos que joga pelo National Bank, do Egito, em entrevista à ESPN.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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